Wagner é suspeito de receber R$ 1 milhão em esquema de caixa 2 para campanha

O senador pela Bahia Jaques Wagner (PT) é suspeito de ser um dos políticos do Nordeste que recebeu propina repassada pela empreiteira OAS, em 2013. As informações são da revista Época, em matéria publicada nesta quinta-feira (19).

Segundo a reportagem, o esquema de lavagem de dinheiro do empresário João Carlos Lyra, alvo de operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta, funcionava como uma central de abastecimento de propina para políticos nordestinos, de acordo com investigações da PF e Procuradoria-Geral da República (PGR).

O principal alvo deste início de operação foi o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro no Senado, e seu filho, o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE). Ainda são suspeitos o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 2014 em um acidente de avião.

Eduardo Campos

A Operação Turbulência, deflagrada em 2016, revelou que João Carlos Lyra era o dono do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e que Lyra recebia grande volume de recursos oriundos de empreiteiras investigadas na Lava-Jato. O empresário buscou as autoridades para fechar um acordo de delação e confessou que suas empresas lavavam dinheiro para que essas empreiteiras repassem propina a políticos.

Ainda de acordo com a matéria, as duas empresas que centralizavam a lavagem de dinheiro eram a Câmara & Vasconcelos e a Vasconcelos & Câmara. “A partir de 2011, a Vasconcelos & Câmara e a Câmara & Vasconcelos passaram a emitir grande volume de notas fiscais superfaturadas ou fictícias para empre1teuas, especialmente a OAS e a Mendes Júnior, para fins de geração de caixa dois”, afirmou João Lyra, na delação.

Nessa delação, João Lyra revelou, pela primeira vez, a captação de recursos ilícitos para Eduardo Campos, suspeita que se iniciou na Operação Turbulência.

Investigações posteriores chegaram a pistas de repasses a Jaques Wagner e Vital do Rêgo. Segundo a reportagem, um ex-executivo do setor de contabilidade paralela da OAS, Adriano Santana Quadros de Andrade, relatou em seu termo de delação premiada nº 9 o “repasse de R$ 1 milhão a Jaques Wagner no ano de 2013, com recursos disponibilizados pela empresa Câmara & Vasconcelos, intermediado por Carlos Daltro (aliado de Wagner)”. O anexo foi enviado pelo Supremo Tribunal Federal para apuração na Justiça Federal da Bahia.

Lyra também contou que foi procurado pelo executivo da OAS Roberto Cunha, que estava “muito angustiado” porque precisava operacionalizar repasses de R$ 2 milhões a Vital do Rêgo, à época senador e relator da CPI da Petrobras no Senado. O pagamento “destinava-se a obter favorecimentos ou facilidades” para a empreiteira na CPI.

Procurada pela revista, a assessoria de Jaques Wagner afirmou que não teve acesso ao conteúdo da delação. “A defesa do senador Jaques Wagner não teve acesso a esse conteúdo ou a qualquer citação e condena o expediente de vazamentos seletivos de supostas delações baseadas apenas na palavra de réus confessos, não em provas”, diz a assessoria.

Com informações do BNews

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