Venezuelanos são resgatados pela PF de situação de trabalho análogo à escravidão em Ilhéus
Dez trabalhadores venezuelanos foram resgatados de situação de trabalho análogo à escravidão, na manhã desta quinta-feira (18), no município de Itabuna, no sul da Bahia. Segundo a Polícia Federal (PF), um brasileiro e um polonês foram presos suspeitos de manter os venezuelanos no local.
Ainda de acordo com a PF, conforme apurado, os venezuelanos eram atraídos para o Brasil através de anúncios de emprego na internet, com promessas de salários de até 400 dólares para trabalhar na manutenção de brinquedos de um parque de diversões. As passagens eram custeadas pelo aliciador e os valores gastos já passavam a compor, logo na chegada, a “dívida” dos trabalhadores, que era descontada dos seus salários. Os aliciadores ainda descontavam o valor do alojamento, à alimentação e à utilização de energia elétrica e internet, de forma que os trabalhadores acabavam submetidos a uma espécie de servidão decorrente das dívidas.
Segundo a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) do Governo do Estado, uma equipe técnica da Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo (CETP) da SJDHDS acompanha o caso e fará o atendimento às vítimas.
“Vamos avaliar e estudar a maneira mais adequada de acolhimento dessas vítimas, que estavam atuando de maneira análoga à escravidão, sem direitos e condições adequadas para o exercício das atividades. Nosso objetivo é proteger a vítima neste primeiro momento”, afirmou o coordenador do CETP/SJDHDS, Admar Fontes.
Os venezuelanos resgatados foram conduzidos à Polícia Federal, prestaram depoimento em relação aos fatos, formalizaram seus pedidos de refúgio. Os presos responderão pelos crimes de redução a condição análoga à de escravo e de tráfico de pessoas, cujas penas, somadas, podem chegar a 16 anos de reclusão.
O resgate de trabalhadores é resultado de um trabalho conjunto, desenvolvido pela SJDHDS, Policia Federal, Superintendência Regional do Trabalho, Defensoria Pública da União, Ministério Público do Trabalho e Prefeitura Municipal.
Por BNews