Três bancos se posicionam contra novo plano de recuperação apresentado pela Oi
Três entre os oito maiores credores da Oi se posicionaram contra as mudanças que a empresa de telefonia pretende fazer no plano de recuperação judicial. De acordo com o Monitor do Mercado, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú estão, ativamente, buscando barrar a aprovação do aditamento ao plano da Oi, apresentado no mês passado.
As instituições, que estão entre os oito maiores credores da empresa, juntas têm direito a uma fatia de R$ 7,83 bilhões. A Oi afirmou, no entanto, que mudanças são necessárias, “apesar do bom andamento” das medidas previstas no plano original.
Entre as razões listadas para essa necessidade de alterações no plano inicial está a pandemia do novo coronavírus, que teria levado a uma redução de receitas com a queda do volume de recargas celulares e da ativação de novas linhas.
Além disso, ainda segundo a empresa, por causa da Covid-19, também há o aumento da inadimplência “causado pelo crescimento dos níveis de desemprego, pela redução da capacidade econômica e da renda de grande parte da população brasileira”.
A Justiça determinou que bancos e a operadora tentem resolver as pendências em uma mediação, mas nem o mediador indicado topou segurar o rojão. Nesta quinta-feira (9), ele se declarou “extremamente honrado”, mas declinou do convite.
A briga acontece porque, para os bancos, a proposta, que deveria ser apenas uma alteração do plano de recuperação, é, na verdade, um plano totalmente diferente do que foi aprovado em assembleia de credores. “O que não se pode admitir”, de acordo com o Itaú.
A defesa da Caixa foi na mesma linha e disse que o aditamento, “além de modificar completamente as premissas básicas do modelo de negócio da companhia”, penaliza de forma desproporcional alguns dos credores, incluindo, claro, os três bancos.
Para o Banco do Brasil, a Oi não apresentou “qualquer evidência de alteração brusca de seu fluxo financeiro que aponte para a necessidade de adotar quaisquer modificações ao plano”. O BB, credor de R$ 4,37 bilhões, disse também que o novo plano sequer busca recuperar a empresa, mas pretende somente liquidar os ativos da empresa, em benefício dos acionistas.
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