Tarcísio Freitas critica prisão de Roberto Jefferson e diz que STF está ‘perdendo o controle’

Nesta sexta-feira, 13, o programa Pânico recebeu Tarcísio Gomes de Freitas, atual ministro da Infraestrutura. Em entrevista, ele afirmou estar preocupado com a postura do Supremo Tribunal Federal (STF) na prisão de Roberto Jefferson, ex-deputado federal e presidente do PTB, detido hoje no inquérito das milícias digitais. “Me preocupa como brasileiro, tem um litígio entre poderes que não é bom. Na pretensão de defender a democracia, medidas heterodoxas estão sendo tomadas, inconsistentes com a jurisprudência do próprio tribunal. Qual é o limite disso? Quem pode criticar? Qual é o limite da liberdade de expressão? Principalmente quando estamos falando de deputados, jornalistas. Como é que isso para? Me parece algo que está perdendo o controle. Está se criando um precedente perigoso. A gente tem que pensar se esse caminho é bom, e eu acho que não é.”

O ministro analisou também a aprovação da privatização da Eletrobras. Segundo ele, o futuro de investimentos da companhia pode ser promissor, mesmo que a entrega para a iniciativa privada não tenha acontecido da maneira que foi planejada. “Tem que ser resiliente, você tem que jogar o jogo, não adianta reclamar da regra. Uma coisa que aprendi nesse meio político é que o melhor projeto é o aprovado. No caso da Eletrobras, o que foi aprovado não é o ideal, mas era o possível. Se foi o possível e está aprovado vamos comemorar e estruturar a venda. É a maneira que nós temos de passar isso para a iniciativa privada, fazer a diluição. Precisamos recuperar a capacidade de investimento. A gente precisava de uma Eletrobras investindo 20 bilhões por ano, a gente estava investindo 2 [bilhões]. Tudo é construção, a gente tem que convencer as pessoas que as privatizações são importantes. Conversa com os caminhoneiros hoje e pergunta a visão que eles têm sobre a Petrobras. As pessoas estão percebendo qual é o ônus de ter a participação do Estado em uma série de empresas.”

Freitas, que atuou no governo Temer e Dilma, esclareceu que, após o impeachment da presidenta, o Brasil entrou numa fase propícia para privatizações, e que durante os governos petistas, fatores ideológicos atrapalhavam processos semelhantes. “São inúmeras diferenças. Eu trabalhei em três governos seguidos, Dilma, Temer e Bolsonaro. Quando a Dilma caiu e o Temer entrou em 2016, teve um rompimento muito claro, nós saímos de uma era anti-business e entramos numa era pró-business. Ideologia e aritmética não se misturam. Quando se misturou ideologia com aritmética no passado as coisas deram errado. Havia interferência ideológica. Tinha investimento descasado de demanda. O investidor não sabe com que regra do jogo ele está trabalhando. A forma de fazer os leilões desestimulou uma competição em base justa.”

Confira na íntegra a entrevista com Tarcísio Freitas:

Com informações Jovem Pan

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