Repórter acusa Datena de assédio sexual: “Tocava p*** pensando nela”
Por BNews
A jornalista Bruna Drews, de 35 anos, revelou nesta sexta-feira (18), que sofreu assédio sexual de José Luiz Datena. Em representação protocolada no Ministério Público de São Paulo, a jornalista afirma que o apresentador teria lhe dito que ela não precisava emagrecer porque já “era muito gostosa”, que diversas vezes teria se masturbado pensando nela.
A repórter, que começou a trabalhar com ele no programa “Brasil Urgente” há quase quatro anos, segundo a revista Glamour, afirmou ter ouvido de Datena que ele “tocava punheta pensando nela” e que Bruna não precisava emagrecer “porque já era muito gostosa”.
O caso teria acontecido em junho do ano passado. Bruna diz que só decidiu processar Datena agora porque, após o suposto assédio, teve uma grave crise de depressão e pânico. Em entrevista exclusiva à revista, a jornalista falou sobre a acusação e disse que a “brincadeira” não foi a primeira. “Ele me faltava com respeito no ar. A gente entrava ao vivo no meio de uma chacina e ele pedia, por exemplo, para balançar os peitos, ou mandava o cinegrafista descer a câmera para mostrar meu corpo. Eu ficava totalmente constrangida, e até o operador me pedia desculpas depois, dizendo que, se ele não fizesse isso, seria demitido”, declarou.
“Se eu não aceitasse, eu perderia meu emprego. Então fui aguentando, dando risada… Por conta disso, virei a “queridinha” dele. Com isso, ele me mandava para pautas principais, aparentemente, porque valorizaram meu trabalho, mas não… Em todas as matérias, sempre havia uma brincadeira de cunho sexual e até pessoas próximas a mim já comentavam. Quando ia à periferia gravar eu ouvia: ‘olha o lanchinho do Datena’. Isso me constrangia demais! Mas ele é tão grosso e machista que se pedisse para parar eu seria claramente demitida. Fui aguentando para manter o emprego”, diz em outro trecho.
Constrangimento
Bruna relata que o estopim para realizar a denúncia foi em uma confraternização no Boteco do Tonico, amigo do Datena. “Era ali que ele sempre se encontrava com políticos, delegados… Ele convidou cerca de 10 pessoas, tinha a assistente de palco, a camareira, amigos dele… Em certo momento, estávamos sentados à mesa quando a Bruna Tobias, assistente de palco, se levantou para ir embora. Quando ela saiu, Datena olha pra mim e diz: ‘Bruna, eu vim aqui nessa reunião com uma única intenção, comer a assistente de palco, mas como ela foi embora, acho que é hora da gente conversar’. Ele falou sério mesmo, sem brincadeiras e com pessoas do lado escutando. Datena continuou: ‘Eu acho que você está doente porque você emagreceu muito’. Eu, então, respondi: ‘É o trabalho, correria, a gente acaba emagrecendo mesmo’. Ele emendou: ‘Mas você era muito gostosa antes, você tem que voltar a ser gostosa porque eu batia punheta pra você todos os dias, antes e depois do programa. Você não tem ideia de quanta punheta eu ja bati pra você’. Datena falou isso na frente das 5 pessoas que estavam na mesa. Elas estavam claramente constrangidas. Eu dei uma risadinha e tentei mudar de assunto. Mas ele seguia: ‘Não estou brincando. Você não sabe o número de punheta que eu batia… Tem que voltar a ser gostosa, agora você está magrela’. Nesse momento, Mauricio Staut, amigo pessoal e coordenador de Links da Band, levanta-se, coloca a mão no ombro do Datena e fala: ‘Menos, você está exagerando’. Ele disse que não e pediu mais um uísque”.
“Depois disso, eu tentei inúmeras vezes ir embora sozinha, mas ele não deixava. Pedia para ficar mais um pouco e continuava com as declarações de cunho sexual. Datena dizia que era muito competente, mas emendava algo relacionado ao meu corpo. O Rafael Gessullo, por exemplo, foi contatado e disse que não ouviu nada. Mentira, a mulher dele estava na mesa e me disse que o marido se sentiu constrangido e que, por isso, saiu da mesa. Quem é da Band tem medo de falar! Somente uma pessoa que estava ali topou testemunhar ao meu favor por achar a situação grotesca e nojenta. Tentei ir embora, mas ele só permitiu com uma condição: se o delegado amigo dele me deixasse em casa. Ele falava: ‘Eu mando aqui’. Conclusão: fui para casa constrangida ao lado de um policial tendo bebido apenas uma cerveja. Agora ele afirma que não tenho saúde mental e que estou delirando. Eu não estava bêbada. Típico de quem vai se defender por ter mulher e filho. Precisei de coragem para fazer isso porque a acusação destrói a minha carreira. Fiquei tão doente depois do episódio e por já ter a Síndrome do Pânico eu não consegui voltar mais à Band. Comecei a ter ataques de pânico ao entrar na emissora. Encontrava com ele e gelava. Eu tremia, chorava, recorria a colegas para me acalmar. Muitas amigas minhas que me apoiam hoje me falam: ‘Vimos o quanto você sofreu e precisa mesmo calar a boca dessa cara’”, continua.
“Quando comecei a passar mal, eu mandei uma carta para Band contando sobre o assédio. Tive uma reunião com o RH e o diretor artístico da época, Zé Emílio. Sabe o que ouvi? ‘Isso é típico do Datena, ele faz isso com as pessoas que gosta. Vai pra casa, melhora a cabeça e depois a gente conversa’. Ou seja, a Band foi totalmente conivente porque eu queria que ele fosse investigado, que chamassem as testemunhas e que o caso viesse à tona. Decidi procurar um advogado e tomei a coragem de denunciar. Alguém tem que parar esse homem. Ele assedia moralmente e sexualmente também”, completa.
Outro lado
A revista Glamour entrou em contato com a Band, que divulgou o seguinte comunicado: “O processo trabalhista em questão tramita em segredo de Justiça, a pedido, inclusive, da própria autora. A Band está impedida de se manifestar sobre o assunto.”
Em entrevista ao site Notícia da TV, Datena sustenta que nunca nunca tocou em Bruna. “Jamais faria isso. Sou um homem casado, tenho cinco filhos e seis netos”, diz. “Poucas vezes tive conversas privadas com essa moça. Nunca avancei qualquer sinal com essa moça”.
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