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Presidente da Ford na América do Sul fala em redução de custos na fábrica de Camaçari para atrair novos investimentos

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O presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, esteve reunido com cerca de 500 funcionários da Ford em Camaçari nesta segunda-feira (2) e pontuou a necessidade de reestruturação da unidade com a redução de custos, atração de fornecedores, aumento da competitividade e novos investimentos.

“Nós temos aqui em Camaçari pessoas incríveis. Mas nós temos um problema muito grande: a nossa base de custos não é competitiva no longo prazo. Decisões e medidas urgentes precisam ser tomadas. Vim a Camaçari para falar também sobre a possibilidade de um novo ciclo de investimentos aqui. Minha intenção foi fazer isso olhando nos olhos de todos. Desta forma, todos os envolvidos – funcionários, fornecedores, representantes de sindicatos e gerentes – ouvem a mesma mensagem ao mesmo tempo”, disse Watters em entrevista ao Correio 24 Horas.

Segundo o presidente, caso essas medidas não sejam tomadas “as consequências são realmente muito significativas em termos de novos investimentos”.

Na entrevista, Lyle Watters afirma que para aumentar a competitividade da planta da Ford em Camaçari é preciso fazer uma reestruturação de custos com a mão de obra. “Na área de engenharia, tem a questão logística, a necessidade de aumentar a produtividade da unidade […]O lado bom é que se nós conseguirmos fazer estas melhorias em Camaçari eu vejo um futuro brilhante para esta planta. Foi aqui que o projeto Amazon nasceu. Aqui há muita criatividade e eu consigo perceber a garra das pessoas, o desejo de vencer. Porém, precisamos de mais que isso, precisamos fazer acontecer esta reestruturação”.

Nos custos relacionados à mão de obra, o presidente da Ford na América do Sul cita o valor da participação nos lucros de funcionários da planta de Camaçari, que é 33% mais alto do que a média nacional. Para os empregados dos fornecedores, a divisão de lucro é 350% mais elevado do que a média dos outros fornecedores localizados no restante do país. A média deste bônus anual no país é de R$ 4 mil e em Camaçari, os fornecedores que estão dentro da fábrica pagam R$ 19 mil e os que estão no entorno R$ 13 mil.

Entre os impactos dos custos de produção em Camaçari, Watters aponta o mercado consumidor, já que 80% dos consumidores dos produtos fabricados no território baiano são de São Paulo, além do custo do frete logístico que é 150% maior do que para São Paulo. Outro exemplo é o custo de uma tonelada de aço da Usiminas para São Paulo é de US$ 150 (R$ 632), para o estado da Bahia, esta despesa dobra (US$ 300).

Conforme aponta o presidente, é possível que essa reestruturação aconteça em semanas e se concretizando, “no meio do ano que vem estaremos prontos para este novo ciclo de investimentos”.

Com essa reestruturação da Ford em Camaçari, Lyle Watters garante que seria possível a utilização plena da fábrica. “Não estamos falando do lançamento de um produto só. Seria mais de um. Alguma coisa que tenha um design lindo e uma conectividade excelente. Nós temos no papel um plano incrível. Um novo portfólio de produtos que pode ocupar esta planta, que eu tenho certeza que os nossos clientes vão adorar, e eu serei o maior defensor da Ford no Brasil, da Ford em Camaçari. Mas, para isso, precisamos ser mais competitivos. No primeiro trimestre do ano que vem eu estarei muito ativo nas minhas conversas e discussões com Detroit [matriz da Ford] a respeito de futuros investimentos”.