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Porta de ferry se solta, atinge passageiro e vítima acusa empresa de não prestar assistência

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Por: Tiago Di Araujo | BNews

O que era para ser uma travessia comum entre os terminais de Bom Despacho e São Joaquim se transformou em momento de aflição e dor para um passageiro na última segunda-feira (27). O vendedor Antônio Carlos, de 55 anos, ficou gravemente machucado após uma porta da embarcação Maria Bethânia se soltar em cima do seu pé.

Em contato com o BNews, ele contou como tudo aconteceu. “Eu estava dentro do ferry e decidi sair para tirar umas fotos na parte externa. Na volta, quando fui retornar para dentro, abri a porta e ao puxar para fechar, a porta soltou e caiu em cheio em cima do meu pé”, contou. “Quase cai na parte dos carros”, completou. Amparado apenas por outros passageiros, Antônio não teve nenhum atendimento de primeiros socorros. “Eles não têm nada de primeiros socorros no ferry. Um amigo meu, que estava na hora, foi pegar gelo na lanchonete. Foi a única coisa que deu para fazer foi colocar gelo”, lembrou.

Depois do acidente, o passageiro disse que funcionários da Internacional Travessias Salvador, administradora do sistema Ferry-Boat, o abordaram garantindo que a empresa daria toda assistência necessária no momento do desembarque, o que não aconteceu. Ao chegar em Salvador, o único auxílio que o passageiro teve foi a disponibilização de uma cadeira de rodas para deixar a embarcação e o chamado de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Me colocaram em uma cadeira de rodas, chamaram uma ambulância e pronto. Isso já era mais de 14h30 e o ferry chegou 13h”, conta ao relatar uma verdadeira “luta” por atendimento a partir daí.

“Me levaram para UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) dos Barris. Chegou lá, os médicos não me atenderam, dizendo que tinha muita gente para atender. Depois queriam me levar para um posto de Brotas, mas o pessoal do posto lá pediu um relatório médico para atender e o médico dos Barris não podia fazer. Isso eu sentindo dor, com pé inchado, e quase 4h da tarde”, destacou. “Depois de muito tempo, me perguntaram se eu não tinha plano de saúde, que estava já para ser encerrado. Aí eu tive que ligar para o plano, para ver se ainda estava ativo, só aí que me levaram para o COT do Canela”, disse ao lembrar que não teve acompanhamento de nenhum funcionário da Internacional. “Só os médicos do Samu que estavam comigo e me orientando, tentando resolver”. Ao BNews, Antônio contou que depois de receber atendimento, precisou comprar medicamentos, todos pagos com o próprio dinheiro. “Eles não me deram nada”.

Questionado se ele procurou a empresa, o vendedor que mesmo “correndo atrás”, ainda não teve nenhuma assistência. “Eu fui na empresa, fizeram um relatório lá do que tinha acontecido e só”, afirmou lembrando que necessita realizar outros exames, que serão feitos em clínica particular por causa da desativação do plano de saúde. Porém, Antônio garante que vai processar a empresa. “Poderia ter tido algo pior. Poderia ter esmagado meu pé. Eu vou procurar meus direitos, vou acionar a Justiça. É um absurdo”.

A reportagem do BNews procurou a Internacional Travessias Salvador, que através da assessoria de imprensa negou a falta de assistência ao passageiro e garantiu medidas necessárias estão sendo tomadas. “A administração do Sistema Ferry-Boat informa que o senhor que teve o pé machucado no impacto com uma porta de passagem de pedestres da embarcação Maria Bethânia, durante a travessia, sentido Ilha/Salvador, na tarde da última segunda-feira, 27, foi atendido pelo comandante e tripulação. Ao atracar no terminal São Joaquim, o SAMU já o aguardava no local para dar continuidade ao atendimento no local. A equipe do serviço médico que o atendeu avaliou o quadro e decidiu conduzi-lo a uma Unidade de Pronto Atendimento. A Internacional Travessias lamenta o acidente e está tomando as medidas necessárias para atendimento ao cliente”.