População deve ficar atenta para sintomas das doenças transmitidas por mosquitos e procurar orientação médica

Febre súbita, dores no corpo e nas articulações, manchas vermelhas, além de dor de cabeça são alguns sintomas que podem indicar a presença de doença infecciosa. A atual instabilidade do tempo, nesse período de chuva e maior umidade, além de facilitar a transmissão de viroses, exige cuidado redobrado para evitar a proliferação de mosquitos transmissores de doenças.

Dengue, zika, chikungunya e a febre oropouche, que já teve dois diagnósticos confirmados na Bahia nesse segundo semestre, são algumas dessas doenças. O médico infectologista Antônio Bandeira, que coordena o comitê de Arboviroses (viroses transmitidas por mosquitos) da Sociedade Brasileira de Infectologia e preside a Sociedade Baiana de Infectologia, aconselha que ao perceber a presença dos sintomas elencados acima, deve-se procurar o serviço de atendimento médico para o devido tratamento.

“Os sintomas dessas viroses se confundem e é um pouco difícil diferenciá-las sem a realização de exames. A investigação é essencial para confirmar o diagnóstico”, ressalta Antônio Bandeira, também pesquisador e professor de medicina da FTC.

Antônio Bandeira reforça que pacientes que tiveram chikungunya e continuam sentindo dores nas articulações também devem procurar acompanhamento. Para evitar a transmissão dessas doenças, o médico ressalta a importância de cuidar do meio ambiente e evitar focos de proliferação de mosquitos, assim como o uso de repelentes.

A dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Já a febre oropouche pelo maruin. Além disso, estudo recente da Fiocruz de Pernambuco indica a possibilidade da zika também ser transmitida por mosquitos culex, conhecidos como pernilongos ou muriçocas, assim como acontece com a febre a oropouche.

Em Camaçari, Antônio Bandeira acompanha todo o paciente internado no Hospital Santa Helena, com os mais variados quadros de infecção. Na unidade, ele faz a investigação para confirmar o diagnóstico, seja de uma simples virose a uma doença mais grave como a Aids.

O médico e pesquisador lembra que foi o trabalho de investigação realizado com amostras de sangue de pacientes atendidos no Hospital Santa Helena que identificou o vírus Zika, no primeiro semestre de 2015.

Curiosidades:
– A febre oropouche é transmitida pelo mosquito maruin, enquanto a dengue, zika e chikungunya pelo Aedes aegypti. Ambos se reproduzem em água parada;

– A febre oropouche faz quadro semelhante a zika ou a dengue leve;

– É possível que não só o maruin como também o culex, conhecido como muriçoca ou pernilongo, possam transmitir a febre oropouche;

– Estudo da Fiocruz de Pernambuco, divulgado este mês, também aponta para a possibilidade da muriçoca / pernilongo transmitir a zika;

– A chikungunya e zika podem deixar sequelas, como uma artropatia crônica (doenças nas articulações) por períodos prolongados e a microcefalia, respectivamente. A febre oropouche não deixa sequelas;

– Diferente da zika, a febre oropouche pode gerar o quadro infeccioso sintomático, apresentar melhoras e depois voltar tudo de novo;

– O vírus da dengue possui quatro tipos diferentes e a infecção por um deles não dá imunidade para os demais. Um contágio subsequente por outro tipo do vírus aumenta o risco de complicações graves no paciente;

– No ano de 2017, até o dia 4 de julho, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 1.754 casos suspeitos de zika, 8.678 casos suspeitos de chikungunya e 7.685 casos prováveis de dengue no estado da Bahia, conforme divulgado no Boletim Epidemiológico das Arboviroses de 31 de julho;

Por Danile Rebouças

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