Plano de celular certo garante economia de até R$ 1.476 ao ano

O gasto maior com o pacote de internet ou com aquelas ligações para outras operadoras que extrapolam a cota de minutos é  motivo de desespero quando a fatura chega ao final de cada mês. Porém, esse desespero tão comum pode deixar de existir caso o usuário tenha um plano adequado ao seu perfil de consumo. Nesse caso, a economia na conta do celular pode chegar a R$ 1.476 por ano, diz levantamento da Proteste Associação de Consumidores com exclusividade para o CORREIO.

A pesquisa analisou os preços dos planos pós-pagos ofertados para a Bahia pelas operadoras Tim, Oi, Vivo e Claro,  constatando que economia mensal pode chegar a R$ 123, uma sobra significativa, principalmente, em época de aperto nas finanças. “Fazemos o acompanhamento dessas tarifas para que o consumidor economize dentro do seu perfil, em vez  de ir na conversa  do atendente ou do plano ofertado na propaganda”, explica a coordenadora da Proteste, Maria Inês Dolci.

O estudo dividiu o consumo em três grupos – conectado, muito conectado e superconectado. Nos três perfis, a Oi apresentou os pacotes mais baratos para a Bahia. Tim, Claro e Vivo tiveram os pacotes mais caros no perfil conectado, muito conectado e superconectado, respectivamente.

O órgão está disponibilizando, no site (clique para acessar), um simulador para que o consumidor possa escolher qual a melhor opção para seu perfil de consumo . “O que mais impacta na conta é aquilo que extrapola do plano contratado. Você acha que vai pagar uma coisa e acaba pagando outra, por isso é tão importante contratar um serviço dentro do que precisa e utiliza”, reforça Dolci.

Plano
Os quatro números de celular – um de cada operadora – mais o telefone fixo e o wifi comprometem R$ 500 por mês da renda do eletricista Luis Gonçalves. Para controlar os gastos ele está sempre a procura do plano mais barato e não hesita em mudar de operadora. Por uma melhor oferta, já fez portabilidade duas vezes do número que mantém o plano pós-pago.

O eletricista Luis Gonçalves tem quatro números de celular. As despesas chegam a R$ 500 por mês
(Foto: Marina Silva)

“O meu trabalho exige que eu tenha um pacote de internet muito bom. Sempre que termina meu contrato de fidelização com uma operadora faço uma pesquisa em outras e vejo qual delas vai me oferecer o melhor custo-benefício”, afirma o eletricista.

Gonçalves paga atualmente R$ 249 por um plano que dá direito a   mil minutos para qualquer operadora, 8GB de internet, SMS  e ligações ilimitadas para fixo e números da mesma operadora.  “Coloco na balança a que pode me dar as melhores condições junto com  boa qualidade do serviço, já que gasto muito com isso”.

Todas as operadoras analisadas pela pesquisa da Proteste responderam ao CORREIO em nota. A Oi disse que, após a pesquisa, reduziu os valores dos planos com franquias de 250 e 500 minutos com descontos de R$ 60. “O plano Conta Conectado 500 sai de
R$ 199 para R$ 139, com franquia de 2GB para 5GB”.

A Tim afirmou que a pesquisa desconsiderou diversos itens importantes para a análise, mas não citou quais. A operadora reforçou a oferta do Liberty Top. “O plano oferece 6GB de internet por R$ R$ 139 por mês”.

A operadora Claro informou que todos os seus planos são adaptáveis às necessidades do consumidor. “O cliente precisa definir apenas o quanto quer falar e o quanto quer navegar. No site da Claro há um simulador para escolha do plano que melhor se adequa ao perfil do usuário”.

Já a Vivo citou outros benefícios agregados. “O cliente Vivo conta ainda com o programa de relacionamento Vivo Valoriza, que oferece descontos de até 50% na rede Cinemark de todo o país, em vários espetáculos teatrais, além de vantagens na rede de parceiros e condições especiais para adquirir serviços e aparelhos da própria empresa”.

Para o educador financeiro Edísio Freire, na hora de optar por um pós-pago é importante basear o pacote no item mais consumido. Avaliação que ele mesmo teve que fazer recentemente, após ver sua conta mensal de celular saltar de R$ 150 para R$ 210.

“Quando eu senti no bolso, fui buscar outras alternativas e consegui fazer uma economia de R$ 100 com a troca do plano”, conta. Freire reduziu o pacote de dados de 3G para 1GB e conseguiu um plano que ofertasse ligações ilimitadas para a mesma operadora e DDD, mais 150 minutos para outras operadoras.

“Busquei a redução dentro daquilo que mais impactava na minha conta. Se precisar de mais internet, por exemplo, posso contratar um pacote extra de dados que é bem mais em conta do que o aumento da franquia”, aconselha.

Ajustes
Ainda para o especialista, é possível barganhar descontos muito bons em troca de fidelidade. “As operadoras têm uma boa política de retenção, na qual dá para buscar um preço diferenciado”.

A estratégia é a mesma que o engenheiro Marcos Andrade utiliza para manter as vantagens de um plano antigo que está fora da carteira da sua operadora atualmente. “Estou há seis anos com o mesmo plano e pago R$ 337,85 por três números, wifi e telefone fixo. Toda vez que o contrato vence tenho que chorar para segurar o valor”, diz.

Renovação após renovação, a negociação tem dado certo. “As operadoras fazem de um tudo para segurar o cliente, por isso negociar diretamente e não aceitar apenas aquele pacote fechado pode ser muito vantajoso”, garante.

Celulares baianos começam a receber SMS sobre 9º dígito
Os usuários de telefonia móvel da Bahia já estão recebendo avisos, por meio de mensagem SMS, sobre a inclusão do nono dígito nos números originais, mudança que entra em vigor  a partir de 11 de outubro. Os aparelhos com DDDs 71, 73, 74, 75 e 77 receberão o número 9 na frente, seguindo norma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

As empresas terão um prazo de dez dias para fazer a transição, durante o qual as chamadas realizadas com oito dígitos ainda serão completadas. Depois desse prazo, os clientes que não discarem o nono dígito receberão mensagens de orientação e nenhuma chamada com oito dígitos será completada nessas regiões.

A decisão da Anatel foi tomada por meio da Resolução nº 553/2010 e já acontece em outros estados brasileiros desde 2012.  No Nordeste, apenas a Bahia e o estado de Sergipe ainda não haviam sido incluídos.

A regra vale tanto para chamadas feitas a partir de telefones fixos quanto de outros celulares, independente da operadora.

A meta da agência é concluir a adequação em todos os estados até 2016.  Segundo a Anatel, a  mudança tem como objetivo aumentar a disponibilidade de números para celulares, além de padronizar a marcação das chamadas.

Campanha pede fim da cobrança de taxa de deslocamento
A Proteste Associação de  Consumidores  lançou uma campanha nacional que pede o fim da cobrança de roaming para celular. O valor que é pago pelo consumidor quando ele está fora da área para a qual o aparelho foi habilitado.

Segundo a Proteste, a cobrança adicional só fazia sentido no início do uso da telefonia móvel no país, quando as empresas precisavam usar da rede de outras operadoras para permitir que os clientes utilizassem o aparelho durante as viagens.

“Está prevista em uma resolução na Anatel a possibilidade de cobrança, mas entendemos que isso não é mais possível por uma questão prática, pois as empresas atuam no país todo”, explicou Sônia Amaro, supervisora institucional da Proteste.

A adesão à campanha pode ser feita por meio do site www.proteste.org.br/
fim-do-roaming, que disponibiliza, também, um simulador. No caso de um consumidor de celular pré-pago com 20 ligações por mês em roaming, de 1,5 minutos cada uma, por exemplo, o gasto com a tarifa pode chegar a R$ 550 por ano. A entidade procurou a Anatel para tratar do tema, sendo informada que a questão consta de agenda regulatória do setor. “Concretamente, não nos deu uma posição de quando ou se fariam algo para acabar com o adicional”, completa.

MP aciona a Oi por má prestação nos serviços de telefonia e internet
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) entrou, ontem, com uma ação contra a operadora de telefonia Oi por cometer uma série de irregularidades e abusos contra os consumidores. Na ação, assinada pela promotora de Justiça Joseane Suzart, entre as acusações estão a cobrança de serviços e produtos não solicitados pelos clientes, inclusive gerando dificuldades para o cancelamento deles por meio de aplicação de multas  e indisponibilidade ou péssima qualidade de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

Em nota ao CORREIO, a empresa comunicou que ainda não foi comunicada sobre a denúncia feita pelo Ministério Público. “A Oi não foi citada”, escreveu por meio de sua assessoria. O MP quer que a Justiça, em liminar, proíba a operadora de cobrar valores por serviços não solicitados pelos seus clientes e que deixe também de aplicar multas extorsivas, além de buscar soluções para melhorar a qualidade do serviço prestado aos consumidores.

*Correio da Bahia

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