Petroleiros vendem gás de cozinha e gasolina a ‘preço justo’ em apoio à greve dos caminhoneiros

Foto: Arisson Marinho/Correio

Já pensou pagar apenas R$ 3,20 por um litro de gasolina em pleno ano de 2021? E que tal levar um botijão de gás de 13kg por R$ 40? Nesta segunda (1º), isso foi possível em Salvador graças a uma ação dos diretores do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro) em apoio a uma greve dos caminhoneiros também anunciada para essa data. Segundo o diretor de comunicação do sindicato, Radiovaldo Costa, esse preço poderia estar dentro da realidade dos brasileiros.

“Consideramos que o valor de cerca de R$ 2,90 é justo e a Petrobras poderia estar praticando para a sociedade se não tivesse feito a opção de internacionalizar os preços dos derivados de petróleo, favorecendo apenas os investidores e o mercado, em detrimento do povo brasileiro”, afirma. As ações fazem parte de uma série de atividades que estão sendo desenvolvidas, em nível nacional, pela categoria petroleira com o propósito de denunciar os altos preços dos combustíveis e gás de cozinha.

O ato começou pela manhã, em Pituaçu, com a venda de 200 botijões de gás de cozinha para famílias carente. Toda a venda durou apenas 2h. Os consumidores foram atraídos pelo valor vendido, que foi menos da metade do preço médio do botijão de gás, que é R$ 81. Já num posto de gasolina do Dique do Tororó foi comercializado 1.280 litros de gasolina com R$ 1,79 de desconto (Queda no preço de R$ 4,99 para R$ 3,20).

A venda do combustível para motos e carros durou cerca de 3h. Cada carro pôde abastecer apenas 20 litros por esse valor, enquanto as motos tinham o direito de levar 10 litros para casa. Foram distribuídos tickets para ajudar na organização da fila, que precisou da atuação de agentes da Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador).

“Não houve qualquer confusão durante as vendas. A gente explicou as pessoas o que estava acontecendo e o motivo da ação. Eles entenderam que o preço é justo e a importância de lutar para que seja assim. É uma ação positiva, pois gera uma repercussão muito forte, circula a informação que muitas vezes as pessoas não têm acesso de que o preço dos nossos combustíveis pode ser menor”, defendeu Radiovaldo.

Ainda segundo o sindicato, esse preço praticado seria possível se levado em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios. “A gente vende hoje a preços internacionais, que são ancorados pelo preço do barril do petróleo e da desvalorização da nossa moeda frente ao dólar. Barril valorizado e dólar alto provoca aumento de preços. Hoje, a diferença é pequena entre produzir no Brasil e importar. Aumentou inclusive a importação, principalmente do diesel, que é a reivindicação dos caminhoneiros”, explicou o diretor.

Essa questão presente no preço do diesel é o que une as pautas das duas categorias que foram para as ruas protestar nesse primeiro dia de fevereiro. “O preço tá alto e afeta o frete dos caminhoneiros. Num momento de pandemia, com a população enfraquecida e aumento da inflação, há um impacto econômico sério. O pior é que se mantido a política de preços, nós temos uma perspectiva de novas altas ao longo do ano”, concluiu Radiovaldo.

Com informações do Correio da Bahia

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