Pescados podem causar doença da urina preta e consumo não será proibido até a identificação do agente causador
Em entrevista concedida ao Jornal da Cidade, Tereza Paim, secretária de saúde do estado, informou que não será emitido alerta sobre a doença de Haff – também conhecida como doença da urina preta – devido à insuficiência de informações sobre a origem da enfermidade.
“Isso ainda está no âmbito da investigação. Se houverem mais casos notificados poderemos entender melhor as causas. Ainda é uma doença que a gente vem estudando os agentes que causam”, disse, em resposta à diretora científica da Sociedade Baiana de Nefrologia, Ana Flávia Moura. A mesma afirma que um estigma foi criado associando a enfermidade ao consumo do Badejo (Mycteroperca), e alerta que é necessário ter cuidado com qualquer pescado ou frutos do mar.
“Estão existindo muitos boatos quanto a isso. Muitas notícias veiculadas que não possuem comprovação citam alguns tipos de pescado, dizem que foram identificados nos casos, mas a recomendação é que tenham cuidado com qualquer pescado, camarão ou lagostini. Não é sempre com robalo, não é sempre com o mesmo tipo. Outros locais tiveram relato de outros tipos também”, afirma Ana Flávia Moura.
No ano de 2020, a partir do mês de agosto, foram identificados casos nos municípios de Salvador, Camaçari, Dias D’Ávila, Feira de Santana, Entre Rios, e Candiba, atingindo o total de 45 casos notificados. Destes, 40 tiveram resultados positivos e cinco foram descartados, sem óbitos registrados. De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 18 casos suspeitos na Bahia, sendo 13 confirmados até o momento pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
A Sesab recomenda que ao apresentar urina escura e/ou sentir dores musculares após o consumo de peixes ou crustáceos, uma unidade de saúde seja imediatamente procurada.
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