Por G1
Sinalizadores, bandeirão, hino do clube no solo de guitarra. Podia ser a saída de torcedores de um estádio de futebol após a vitória do time do coração, mas não. Foi assim que os noivos Lucas Ascenção e Naiara Cristina Ascenção, de Santa Cruz das Palmeiras (SP), saíram da igreja após a cerimônia religiosa que oficializou a união dos palmeirenses no último dia 23.
A onda verde que tomou conta da pequena cidade de 30 mil habitantes do interior paulista e chamou a atenção de quem estava na Igreja Santa Rita naquela noite de sábado, chegou até a capital, sendo notada pelo alviverde imponente, Palmeiras.
A imagem do casamento de Lucas e Naiara com a legenda “Se não for pra casar assim, nem caso” foi compartilhada nas redes sociais oficiais do clube, somando mais de 50 mil curtidas, 4 mil comentários e 5 mil compartilhamentos até a publicação dessa matéria.
“Ficamos sem palavras quando o Palmeiras entrou em contato, perguntando se podia compartilhar a foto, respondi ‘com o maior orgulho’”, contou Lucas.
“Surpreendeu, não imaginávamos que ia ser tudo isso por conta de uma simples foto”, acrescentou Naiara.
Amor verde
Lucas contou ao G1 que conheceu sua noiva há exatamente 9 anos antes de se casarem, no dia 23 de fevereiro de 2009, em uma festa de carnaval na cidade em que moram. “A primeira pergunta que eu fiz para ela foi ‘pra que time você torce?”, revelou.
“Eu achei estranho ele perguntar para qual time eu torcia, ficou meio esquisito, mas fomos conversando e se entendendo. Ainda bem que eu acertei a resposta”, brincou Naiara.
A partir daí, além de amor o time, Lucas passou a amar Naiara. Foram quatro anos de namoro e cinco anos de noivado antes do tão esperado “sim”.
“Desde que eu era pequeno, meu pai me levava para ver o Palmeiras e eu via casais abraçados e pensava ‘quero isso para minha vida’. Então, eu falo que [o relacionamento] é um sonho . Ela é a mulher dos meus sonhos”, declarou Lucas.
Casamento verde
O casal, que costuma ir em quase todos os jogos do verdão em São Paulo, e ainda alguns em outros estados e também fora do Brasil, disse que a ideia de transformar a saída do casamento em um “setor” da torcida organizada do Palmeiras foi uma surpresa que ‘não deu certo’, criada pelos padrinhos.
“Eu queria entrar com o hino do Palmeiras tocado no violino e as regras da igreja não permitiram. Aí os amigos queriam fazer uma surpresa, só que eu acabei descobrindo que eles iam fazer a festa toda, mas eu fiquei com medo deles aprontarem, porque eles queriam colocar bandeirão, faixa, rojão, invadir a igreja”, contou Lucas.
“Aí decidimos em deixar os padrinhos acender os sinalizadores. O bandeirão é nosso e um amigo foi atrás de um bambu e aí fizemos a festa lá fora”, acrescentou.
Os noivos contaram que não quiseram fugir do casamento tradicional, por isso o vestido e o terno não tiveram detalhes com o símbolo do clube. Entretanto, a gravata dos padrinhos, o tapete e decoração da igreja, a iluminação da festa, além do vestido de algumas madrinhas, eram todos verdes.
Questionados se haviam convidados que torciam para outros times, os noivos revelaram que sim e que, sem palavras, eles observaram a homenagem ao clube que já foi nove vezes campeão brasileiro.
“Eles ficaram de boca aberta. Só a nossa torcida faz isso! Todo mundo gostou, tanto que a gente saiu da igreja, não tinha mais nenhum convidado lá dentro. Eu virei para trás e falei ‘cadê o povo?’”, contou Lucas.
“Enquanto estávamos cumprimentando os padrinhos e os pais, olhamos para trás e não tinha ninguém. Foi todo mundo para fora ver a festa do Palmeiras”, lembrou Naiara.
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