OMS afirma que propagação assintomática do coronavírus é ‘rara’

Algumas pessoas, particularmente jovens e de outra forma saudáveis, que são infectadas pelo coronavírus nunca desenvolvem sintomas ou apenas desenvolvem sintomas leves. Outros podem não desenvolver sintomas até dias depois de serem realmente infectados.

Evidências preliminares dos primeiros surtos indicaram que o vírus poderia se espalhar de contato de pessoa para pessoa, mesmo que o portador não tivesse sintomas. Mas os funcionários da OMS agora dizem que, embora a propagação assintomática possa ocorrer, não é a principal maneira como está sendo transmitida.

“Pelos dados que temos, ainda parece raro que uma pessoa assintomática realmente transmita para um indivíduo secundário”, disse a Dra. “É muito raro.”

As respostas do governo devem se concentrar em detectar e isolar pessoas infectadas com sintomas e rastrear qualquer pessoa que possa ter entrado em contato com eles, disse Van Kerkhove. Ela reconheceu que alguns estudos indicaram propagação assintomática ou pressintomática em asilos e em ambientes domésticos.

Mais pesquisas e dados são necessários para “responder verdadeiramente” à questão de se o coronavírus pode se espalhar amplamente através de portadores assintomáticos, acrescentou Van Kerkhove.

“Temos uma série de relatórios de países que estão fazendo um rastreamento de contato muito detalhado”, disse ela. “Eles estão acompanhando casos assintomáticos. Eles estão seguindo contatos. E eles não estão encontrando transmissão secundária em diante. É muito raro.

Se a propagação assintomática provar não ser um dos principais condutores da transmissão do coronavírus, as implicações políticas podem ser tremendas. Um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA publicado em 1º de abril citou o “potencial de transmissão pré-sintática” como uma razão para a importância do distanciamento social.

“Esses achados também sugerem que, para controlar a pandemia, pode não ser suficiente apenas para pessoas com sintomas limitarem seu contato com outras pessoas porque pessoas sem sintomas podem transmitir infecção”, disse o estudo do CDC.

Para ter certeza, a propagação assintomática e pressintomática do vírus parece ainda estar acontecendo, disse Van Kerkhove, mas permanece raro. Essa descoberta tem implicações importantes para como rastrear o vírus e limitar sua propagação.

“O que realmente queremos nos concentrar é em seguir os casos sintomáticos”, disse Van Kerkhove. “Se realmente acompanhamos todos os casos sintomáticos, isolamos esses casos, seguimos os contatos e colocaríamos em quarentena esses contatos, reduziríamos drasticamente” o surto.