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Mulher engravida naturalmente e dá à luz a quadrigêmeos na BA

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Bebês nasceram em Salvador no último dia 26 e passam bem

Conseguir uma gravidez planejada é motivo de muita alegria para a família. De gêmeos, nem se fala. Agora imagine descobrir que a gestação é de quatro bebês! Foi isso que aconteceu com uma moradora da cidade de Riachão do Jacuípe, a cerca de 200 km de Salvador.

Casos de gravidez natural quádrupla, sem fertilização in vitro, ocorrem uma vez a cada 600 mil gestações. “Milagres a gente aceita. Quando Deus dá, Ele capacita. Tô vivendo um dia de cada vez, caindo na real. Tá tudo muito gostoso, a vontade é de pegar os quatro de uma vez!”, diz a mãe Eliomária Gomes, agente de endemias de 31 anos.

Os irmãos Elias, Maria Eduarda, Maria Eloisa e Maria Elena nasceram no último dia 26 após sete meses e três semanas de gestação. O parto foi realizado na Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Neto, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.

O pai dos bebês, o caminhoneiro Marcone Carvalho, 32, acompanhou a esposa durante a licença paternidade e agora, de volta ao trabalho, recorre ao celular para ficar perto da família. “Daqui a pouco ele tá de volta para cheirar os quatro e trocar fralda também”, conta Eliomária.

A mãe Eliomária com Elias e as três Marias
(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

O casal já tem um filho, Marcelo Rafael, de 9 anos. “Ele disse que ninguém vai querer ir pro aniversário dos quadrigêmeos para não ter que comprar quatro presentes”, ri a mãe, ressaltando que o irmão mais velho está muito feliz com a chegada dos caçulas. “Agora eu tenho cinco bênçãos”.

Maratona
Se ter um filho já não é moleza, quatro é um desafio ainda maior. A maratona com os quatro bebês começou no segundo mês de gestação. Por recomendação médica, a mãe fez viagens quinzenais para Salvador para fazer ultrassom na Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Neto, que é referência em gestações de alto risco, como é a gestação de quadrigêmeos.

As viagens duravam 4h. Eliomária saía de Riachão do Jacuípe às 2h30 da manhã, em um carro de Saúde Pública do município. As consultas aconteciam à tarde, e quase 20h depois, às 22h, ela estava de volta em casa. Foram mais de 10 idas e vindas entre a capital e o interior.

O parto contou com um exército, como explica Karine Valverde, diretora da Maternidade Referência. “Fizemos um redimensionamento da equipe para fazer este parto. Foram três obstetras ao invés de um, quatro equipes de neonatologia, três enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem. Equipamos a sala cirúrgica com quatro incubadoras e equipes distintas para cada uma”. “Eu fechei o hospital”, ri a mãe.

A cesárea durou cerca de duas horas, e os nenéns se recuperam bem após passar alguns dias na UTI. Eles estão sendo alimentados através de sonda – dois já conseguem mamar. Na maternidade, o revezamento para alimentar e cuidar dos nenéns conta com a equipe de médicos, enfermeiros e técnicos da maternidade, as avós e a dedicada amiga de Eliomária, Ivania da Silva, 30.

“Aqui é esquema militar, porque eles comem ao mesmo tempo e a gente vai alternando os bebês e o colo, para que todos tenham contato com a mãe. Dá vontade de pegar eles o tempo todo, mas temos cuidado para acostumar eles no berço”, diz Ivania, amiga de infância de Eliomária.

Prematuros
Karine Valverde explica que bebês prematuros precisam de estimulação por uma equipe multiprofissional antes da alta da maternidade, além de cuidados especiais. “Eles estão no método canguru com a mãe na enfermaria. Estão todos bem e toda a equipe multidisciplinar está assistindo para que eles se desenvolvam”.

O método canguru melhora a recuperação dos bebês através do contato com a mãe, além de orientar a família para o cuidado com prematuros em casa. A previsão é que a família receba alta depois de 30 dias.

“Tá tudo bem agora porque fiz o acompanhamento desde o segundo mês de gestação, e a equipe da maternidade é maravilhosa”. A diretora da maternidade reitera a fala de Eliomária. “Mesmo com gravidez de alto risco, é determinante que os pais decidam pelo acompanhamento pré-natal adequado para a gestação ter um final feliz”.

A cidade de Riachão do Jacuípe se mobilizou com a gravidez de Eliomária. Ela conta que recebeu muito apoio dos familiares, de colegas de trabalho e de amigos. “A cidade toda me acolheu. Mas coloque aí na matéria pra ninguém me visitar antes que eles façam seis meses”, ressalta a mãe, já pensando na volta para casa e nos bebês que ainda vão requerer cuidado especial por alguns meses.

Surpresa
Eliomária lembra que ela e o marido já desejavam dar um irmão a Marcelo há algum tempo. Um teste de farmácia confirmou a tão sonhada gravidez, e as surpresas só acabaram na segunda ultrassonografia.

“Na primeira descobrimos que tínhamos três. Eu ria sem acreditar. Na segunda o médico falou ‘olha, tem mais um aqui’, e eu disse para ele não procurar mais nada! Falei ‘se tiver mais eu não quero saber!’”, brinca a mãe. O plcrianças faça vaseano é que o pai das cinco ctomia em breve.

A família estava construindo uma casa em Riachão para sair do aluguel, mas teve que interromper as obras por causa da gravidez. “Agora vou arrumar um puxadinho para minha mãe e minha sogra morarem comigo”, brinca a mamãe. As avós não se opõe à ideia. “Estou à disposição”, responde Margarida Carvalho, 64, com sorriso de aprovação de Maria dos Santos, 50.

A família ganhou muitas peças para o enxoval das crianças, assim como quatro bebês confortos, carrinhos e berços. No entanto, apenas dois berços serão montados por falta de espaço físico na casa em que a família mora. “Não estou com medo, Deus faz tudo certo. Confio muito nEle”, diz a mamãe.

Desde o início a família percebeu que os custos seriam bem mais altos na segunda gestação. “Todos os exames eram multiplicados por quatro. Até a ultrassom era quatro vezes mais cara!”, lembra a mãe. Ela conta que ela e o marido vão precisar de ajuda para manter as cinco crianças.

O casal pede doações para ajudar nos primeiros meses de vida dos bebês – a mãe reitera que leite e fraldas são as principais necessidades. Estima-se que, por mês, os recém nascidos vão precisar de pelo menos 45 latas de leite do tipo Pré Nan.

“Aqui me sinto muito segura, mas a vontade de ir para casa é grande. Meu sonho agora é esse. E ganhar muito leite e fralda também”, ri a mamãe premiada.

Para ajudar a família:

Doações
– Leite do tipo Pre Nan
– Fraldas descartáveis tamanhos P e M
– Itens de enxoval (como roupinhas)

Onde entregar
Local: Recepção da Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Neto
Endereço: Rua Marquês de Maricá, s/n, Pau Miúdo
Telefone: (71) 3901-0690
Horário: 8h às 12h e das 13h às 18h
Obs: avisar na recepção que a doação é para os quadrigêmeos