MPT abre inquérito para investigar condições de trabalho na BYD de Camaçari após denúncias de agressões a funcionários
Quase 500 funcionários estariam em condições degradantes na construção da primeira fábrica de carros elétricos do Brasil
O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito para investigar as condições de trabalho dos operários chineses na construção da nova fábrica da montadora chinesa BYD, localizada em Camaçari. A investigação foi iniciada após uma denúncia anônima recebida em 30 de setembro. Com informações do CN1 e Portal Publica.Org
Em comunicado à imprensa, o MPT informou que está reunindo informações para elaborar uma proposta de ajuste de conduta ou, se necessário, tomar medidas legais. No dia 11 de novembro, foi realizada uma inspeção no canteiro de obras, e o MPT pretende analisar documentos da montadora e de outras três empresas envolvidas na construção.
Relatos indicam que os trabalhadores têm sido vítimas de agressões físicas, como chutes e pontapés. Além disso, as condições de alojamento são precárias, com quartos sujos, superlotados, mal iluminados e sem divisão entre homens e mulheres. Os banheiros estão em condições insalubres, com pias e vasos sanitários sem limpeza diária. Os operários também são obrigados a trabalhar sem equipamentos de proteção individual, cumprindo jornadas de 12 horas por dia, sem folga, inclusive aos domingos.
Ainda conforme a denúncia, os trabalhadores brasileiros não estão sendo submetidos às mesmas condições de trabalho dos chineses.
Para a construção da fábrica, a BYD contratou aproximadamente 470 operários chineses, distribuídos entre três empresas de seu país. O Jinjiang Group, responsável pela terraplanagem (preparação do terreno para as obras), emprega cerca de 280 trabalhadores, conforme os documentos.
Segundo a denúncia, os operários trabalham sem equipamentos de proteção individual.
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