Ministério Público Federal denuncia Temer e filha no caso de reforma de casa

O Ministério Público Federal em São Paulo apresentou nesta terça-feira (2) uma denúncia em que acusa o ex-presidente Michel Temer de lavagem de dinheiro por meio de uma reforma na casa de uma das filhas dele. A reforma na casa da filha na psicóloga Maristela Temer, no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo, feita de 2013 a 2015, foi bancada pelo coronel da PM João Baptista Lima Filho, e pela mulher dele, Maria Rita Fratezi. A suspeita é de que o dinheiro teve origem em propina arrecadada pela empresa Argeplan, de Lima.

O caso chegou a ser mencionado como um dos motivos para a prisão preventiva de Temer, pela Lava Jato no Rio, há duas semanas. Com a saída dele da Presidência da República, a apuração foi transferida para a Justiça Federal em São Paulo. O coronel Lima e sua mulher também foram denunciados.

A Procuradoria afirma que a reforma custou R$ 1,6 milhão e que os recursos têm origem em desvios nas obras da usina nuclear de Angra 3. Os procuradores dizem que as provas incluem recibos de pagamentos por materiais e serviços feitos por Fratezi e Lima, mensagens de celular e depoimentos de fornecedores que confirmaram recebimentos em dinheiro vivo.

Dizem ainda que uma das mensagens de Maristela mostra que os gastos eram de conhecimento de Temer, à época vice-presidente da República. O coronel da PM e a mulher também estiveram presos por ordem do juiz Marcelo Bretas, mas, a exemplo de Temer, obtiveram habeas corpus na semana passada. Na denúncia, é ressaltado o vínculo antigo entre Temer e o coronel, que o assessorou nos anos 1980 quando o hoje ex-presidente foi secretário estadual em São Paulo.

Se a Justiça Federal aceitar a denúncia, Temer virará réu pela primeira vez em São Paulo.

Por Folhapress

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