Manchas de óleo começam a chegar às praias de Camaçari

Sobrevoo no litoral da Bahia, próximo a Baixio (Foto: Marinha do Brasil)

O número de cidades baianas atingidas pela mancha de óleo que afeta o litoral do Nordeste subiu para seis, nesta quarta-feira (9). A informação é da Marinha. Os últimos registros são em Itacimirim e Guarajuba, praias da cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. As demais cidades atingidas pelo óleo são Jandaíra, Mata de São João, Esplanada, Entre Rios e Conde.

Com isso, agora a Bahia tem 13 praias atingidas, distribuídas em 6 cidades. Confira:

Guarajuba e Itacimirim (Camaçari)
Mangue seco e Coqueiro (Jandaíra)
Barra da Siribinha , Barra do Itariri , Sítio do Conde e Poças (Conde)
Baixio e Mamucabo (Esplanada)
Subaúma e Porto do Sauipe (Entre Rios)
Praia do Forte (Mata de São João)

Os municípios afetados ficam no litoral norte do estado. Em Conde, a cerca de 185 km de Salvador, 18 toneladas de óleo foram retiradas da areia da praia de Sítio de Conde. A informação foi divulgada por Ari da Silva Manaia, fiscal ambiental da cidade, nesta quarta.

Todo o material foi coletado entre a sexta-feira (4) e terça-feira (8). As outras praias da cidade, Barra da Siribinha e Barra do Itariri, que também foram atingidas, ainda não começaram o processo de retirada do material.

Ao todo, 80 pessoas de uma empresa contratada pela Petrobras participaram da retirada. Como ainda não há um lugar exato para o descarte, o resíduo foi colocado em uma parte mais deserta da praia.

“A gente está buscando orientação junto com o Ibama, com os órgãos, para saber onde vamos descartar. Por enquanto, todo o material está sendo colocado no chão da praia, em uma região que é mais vazia. A gente ainda não sabe onde vamos descartar depois. Esse material deve ser analisado pelo Inema, Ibama e estudiosos da Universidade Federal da Bahia (Ufba)”, afirmou Ari.

Manchas de óleo chegaram na Bahia — Foto: João Arthur/Tamar

Ainda segundo o fiscal, desde que o produto começou a aparecer na região, o turismo e a pesca são impactados. Apesar disso, ainda não há uma amostragem sobre o danos.

“As pessoas deixaram de ir para praia. Já foram desmarcadas vários reservas dos hotéis por causa disso. Além disso, vem afetando muito a pesca. Os pescadores estão deixando de ir pescar. Todo mundo com medo. Os alimentos não são mais vendidos. Está impactando muito”, completou Ari.

Em Entre Rios (Subaúma e Porto do Sauipe) e Mata de São João (Praia do Forte), a retirada do óleo ainda não foi inciada. As prefeituras locais descartam impactos na pesca e no turismo da região. O G1 entrou em contato com Jandaíra e Esplanada, para levantar informações, mas ainda não obteve retorno.

Manchas de óleo
As manchas chegaram no estado na última quinta-feira (3), quase um mês após o início do problema no país. Mais de 130 praias já foram afetadas pelo problema em todo o Nordeste. Há registro em todos os nove estados da região. A Bahia foi o último a ser atingido.

O Tamar suspendeu a soltura de filhotes de tartaruga, para preservar os animais que são desovados na Bahia. Segundo o Projeto, os filhotes correm risco de morte se entrarem em contato com a substância.

Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há uma suspeita de o óleo ter sido despejado “criminosamente” no litoral. Ainda segundo o presidente, o volume da substância não é constante. O que se sabe é que o óleo não é produzido no país.

Animais mortos

Manchas de óleo que atingem mar no Nordeste chegam na Bahia — Foto: João Arthur/Tamar

De acordo com Projeto Tamar, que atua na preservação de espécies marinhas em extinção, três tartarugas foram encontradas na praia de Mangue Seco, em Jandaíra. Elas estavam contaminadas pela substância, que ainda não teve procedência identificada.

Os animais foram levados para a cidade de Aracaju, onde uma das tartarugas morreu na segunda-feira (7) e outras duas seguem em observação.

Todo o material foi retirado da praia de Sítio do Conde, entre a sexta-feira (4) e terça-feira (8). — Foto: Ari Manaia / Arquivo Pessoal
Material é descartado em parte deserta de praia. — Foto: Ari Manaia / Arquivo Pessoal
Ao todo, 80 pessoas de uma empresa contratada pela Petrobras participaram da retirada. Como ainda não há um lugar exato para o descarte, o resíduo foi colocado em uma parte mais deserta da praia. — Foto: Ari Manaia / Arquivo Pessoal
Retirada ocorreu entre sexta-feira (4) e terça-feira (8). — Foto: Ari Manaia / Arquivo Pessoal

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