Início Eventos Justiça manda cancelar show de banda de pagode no São João de...

Justiça manda cancelar show de banda de pagode no São João de Serrinha; entenda motivo

Grupo no telegram: t.me/seligacamacari | Site de vagas em Camaçari: ACESSE

Os fãs da banda ‘O Erótico’, da cidade de Serrinha, no interior da Bahia, terão que aguardar outra oportunidade para curtir o show, que não seja durante os festejos juninos. Isso porque a Justiça determinou o cancelamento da apresentação do grupo, após ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Com informações do BNews

View this post on Instagram

A post shared by O Erótico (@oeroticooficial)

O órgão destaca que “há necessidade de se assegurar a coibição desse tipo de violência nos eventos de Serrinha, notadamente daqueles custeados com recursos públicos e, especialmente no São João, festa tradicional onde se reúnem crianças e adolescentes que podem ser facilmente influenciados com tais discursos aos quais remetem à violência, a coisificação e a humilhação da figura feminina”.

Diante do argumento, a Justiça também proibiu nova contratação do grupo musical até decisão judicial definitiva. “Chamam a atenção as frases que veiculam palavrões direcionados ao sexo feminino e sugerem uso de força contra a mulher sem preocupação com o assentimento desta. A título de exemplo, em certos versos a mulher é xingada de ‘filha da puta’, ‘safada’, assim como o eu lírico refere que ‘bate, bate, bate’, que ‘surra, surra, surra’ e bate com vontade’ em sua parceira”, afirmou a juíza Amanda Analgesina Andrade. Segundo a magistrada, “o conteúdo das canções efetivamente não se alinha com as ações públicas instituídas em favor das mulheres, com relação às quais o ente federado possui o compromisso legal de concretização”.

A determinação judicial, acatando argumentos do MP e ancorada em decisões anteriores, aponta que a contratação da banda desrespeita previsões contidas na Lei Maria da Penha (11.340/2006) e na Lei estadual 12.573/2012, conhecida como “antibaixaria”, uma vez que as músicas do grupo violam os direitos das mulheres, contemplados nas Constituições Federal e Estadual, como na Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro.