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Júri popular de médica acusada de provocar morte de irmãos em trânsito de Salvador é adiado

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Por G1

Médica Kátia Vargas é suspeita de ter provocado acidente que matou irmãos (Foto: Reprodução)

O júri popular da médica Kátia Vargas, acusada de provocar em 2013 a morte de um casal de irmãos, depois que o carro que ela dirigia bateu na moto onde estavam as vítimas, em Salvador, foi adiado para as 8h de 5 de dezembro deste ano, no Fórum Rui Barbosa. O julgamento estava anteriormente marcado para 7 de novembro.

Segundo informações do Tribunal de Justiça (TJ-BA), o adiamento foi um pedido do advogado de defesa da acusada, que informou que participará, em 6 de novembro, de um outro julgamento a ser realizado pela Corte Federal de Justiça Americana, em Nova Iorque.

De acordo com o TJ-BA, a solicitação foi feita por considerar imprescindível a presença tanto no julgamento que se realizará nos Estados Unidos como no julgamento que ocorrerá em Salvador, para garantir a ampla defesa, considerando que ambos os casos apresentam contornos indiscutíveis de complexidade.

Viagens

No último dia 11 de setembro, a médica, que responde em liberdade, conseguiu na Justiça autorização para realizar sua 10ª viagem desde que o processo começou. Ela teve o aval da Justiça pra que pudesse se deslocar para as cidades de São Paulo (SP) e de Aparecida do Norte (SP), entre os dias 13 e 17 de setembro.

Ainda conforme a decisão, o Ministério Público se posicionou contra a autorização para a viagem. A juiza Gelzi Maria Almeida Souza, no entanto, argumentou que Kátia já obteve benefício idêntico em, pelo menos, nove oportunidades anteriores. Disse que a médica tem comparecido regularmente em cartório e cumprido com as medidas cautelares que lhes foram impostas.

Desde dezembro de 2013, quando teve prisão preventiva revogada e foi para a liberdade provisória, Kátia é obrigada a cumprir medidas cautelares como o comparecimento mensal em juízo e proibição de se ausentar de Salvador sem autorização judicial. Além disso, foi oficiada à Polícia Federal restrições da médica para deixar o país.

Caso

O acidente aconteceu no dia 11 de outubro de 2013, quando a médica Kátia Vargas teria batido com o carro na moto pilotada por Emanuel Gomes, de 21 anos. Na garupa do veículo estava a irmã, Emanuelle, de 22. Com o choque, os irmãos bateram em um poste, e ambos morreram no momento do acidente.

O caso ocorreu em trecho da orla do bairro de Ondina. Testemunhas disseram que Kátia Vargas teve uma discussão de trânsito com um dos irmãos que estavam em uma moto. Em seguida, ela teria perseguido o dois e atingindo a moto com o carro que dirigia.

Um laudo pericial sobre a reconstituição do acidente indicou que a médica estava em alta velocidade e perseguiu as vítimas.

Na conclusão do laudo, os peritos escrevem que: “Com base em todas as análises anteriormente expostas, pode-se inferir que o condutor do Sorento, trafegando sem a devida atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, em velocidade superior permitida àquele logradouro, agiu de forma deliberada e não mensurada, não sendo possível deter seu veículo com segurança, ao inflectir, interceptar e obstruir o sentido de direção do motociclista provocando o impacto da motocicleta contra o meio-fio e o poste de concreto (PC), vitimando fatalmente os dois ocupantes da motocicleta”.

A médica foi presa acusada de homicídio triplamente qualificado. Em 2014 o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu que a acusada fosse levada a júri popular. A defesa recorreu até a última instância, mas o Supremo Tribunal Federal negou o pedido. Em 2015, Kátia teve a prisão preventiva revogada, e agora ela cumpre medidas cautelares, como não poder sair de Salvador sem autorização da justiça.

Carro e moto bateram, provocando a morte dos dois irmãos em Salvador (Foto: Gabriel Gonçalves | G1 Bahia)