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Júri condena três homens a prisão por homofobia contra irmãos gêmeos de Camaçari

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O Júri Popular de Camaçari condenou nesta quinta-feira (27) Adan Jorge Araújo Benevides, Adriano Santos Lopes da Silva e Douglas dos Santos Estrela pela morte do jovem José Leonardo da Silva, de 22 anos, em Camaçari. Eles também foram condenados por tentativa de homicídio de José Leandro da Silva, irmão gêmeo de José Leonardo.

O crime aconteceu na madrugada do dia 24 de junho de 2012, quando os irmãos deixavam o Camaforró. Os irmãos foram espancados por terem dado um abraço. Os agressores acreditavam que os irmãos eram um casal homossexual. O motivo do crime foi homofobia.

O júri foi presidido pelo juiz Waldir Viana Ribeiro Junior, da Vara do Júri de Camaçari. O conselho de sentença considerou que a motivação do crime foi torpe, por imaginarem que as vítimas eram homossexuais, e que utilizaram meios que impossibilitaram a defesa das vítimas. Adan Jorge foi condenado a 26 anos e seis meses de reclusão, sendo 16 anos pelo crime de homicídio qualificado e 10 anos e seis meses por tentativa de homicídio.

A pena de Adan foi agravada por ele já ser réu em outras ações penais por roubo qualificado e tráfico de drogas. Ele já havia sido condenado, mas aguardava o julgamento do recurso em liberdade. O réu Adriano Santos Lopes foi condenado a nove anos e três meses de prisão. Já o réu Douglas dos Santos Estrela, foi condenado a 14 anos de prisão por homicídio.

O júri entendeu que Douglas não participou da tentativa de homicídio de José Leandro. O juiz negou o pedido dos réus recorrerem em liberdade e determinou o início imediato da execução das penas.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) chegou a denunciar nove pessoas pelo crime. Na denúncia, o MP aponta que os agressores chamaram os irmãos de “mulherzinhas” por andarem abraçados na rua. Eles foram agredidos pelo grupo com socos e chutes, além de pedradas e golpes de faca e facão. Eles diziam que iriam cortar as vítimas “em quatro pedaços”.

As vítimas tentaram dizer que eram irmãos gêmeos, mas os agressores insistiram que eles eram gays e por isso continuaram sendo agredidos. A denúncia ainda detalha que José Leonardo teve morte por perda de massa encefálica. Um dos réus esmagou a cabeça da vítima com um paralelepípedo. O ato de violência só acabou quando as vítimas estavam desmaiadas. José Leonardo morreu a caminho do hospital. José Leandro teve politraumatismo na face e precisou fazer uma cirurgia no maxilar.

Na época, o irmão que sobreviveu declarou que eles eram muito ligados. “Acho que foi homofobia, achavam que a gente era gay, mas não entendo, éramos gêmeos idênticos, era evidente que éramos irmãos. Eu apenas coloquei a mão em cima do ombro dele”, disse. José Leandro.

Com informações do site Bahia Notícias