Jornalista de afiliada da Globo é demitida após denunciar assédio de chefe

Afastada por ter contraído covid-19, a jornalista Ellen Ferreira, da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo em Roraima, foi demitida inesperadamente nesta quinta-feira (23) ao chegar na empresa, após 20 dias. Ela ficou na emissora de 2011 a 2015 e voltou de 2018 a 2020.

Em entrevista à coluna do Leo Dias, Ellen, que já chegou a apresentar o “Jornal Nacional” no rodízio de jornalistas, conta que a emissora alegou reestruturações da equipe, mas acredita que o motivo seja a denúncia que ela e outros funcionários fizeram contra um diretor de jornalismo por assédio.

“Edison Castro é um psicopata que já havia passado pelas redações de Goiás, Maranhão e Tocantins. Homofóbico, racista, gordofóbico. Praticava assédio moral e sexual, deixou toda a equipe doente. Uma moça da TV Anhanguera [Goiás] chegou a tentar se matar por causa dele. Debochava de um repórter que era gay. Chamou o cabelo de uma repórter negra de moita feia”, relata a jornalista.

Além de ver colegas sofrendo com o assédio, a jornalista ainda conta que ouvia ataques em relação ao seu peso: “Ele dizia que eu era repugnante, gorda, me vestia mal. Me ameaçava constantemente”, contou.

Ellen chegou a mandar um e-mail para Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo explicando tudo o que estava acontecendo. Ela acredita que essa atitude ajudou na demissão. Um dossiê foi enviado ao Sindicato dos Jornalistas de Roraima (Sinjoper), o que ocasionou na demissão de Edison Castro em 29 de junho.

Segundo Léo Dias, até o fechamento da matéria, a Rede Globo não apresentou resposta.

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