Homem que teve rim retirado por engano deve receber R$ 150 mil e pensão


Por Noticias Ao Minuto

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Governo do Estado indenize em R$ 150 mil e pensão vitalícia um homem vítima de um erro médico. O motorista Adriano Ferreira da Silva ia passar por uma operação para retirar o baço, mas acabou sem o rim esquerdo.
A batalha judicial já dura 11 anos e não para por aí, pois o Estado ainda pode recorrer da decisão.

O caso

Como conta o G1, Adriano caiu de uma altura de 30 metros, em uma cachoeira em Muriqui, em Mangaratiba, na Região da Costa Verde (RJ), em 2005. Ele foi resgatado e ficou inconsciente por 15 dias no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ao acordar, ele teve que passar por cinco cirurgias por conta de uma grave lesão na coluna.

“Fizeram a minha cirurgia quase três meses depois de estar internado. Colocaram uma prótese na minha vértebra. Era para terem colocado uma sustentação, que não colocaram”, explicou Adriano ao site.

Ainda segundo ele, as duas próximas cirurgias foram feitas para corrigir o erro da primeira. A terceira operação, realizada em 8 de dezembro de 2006, deveria ser para retirada do baço. No entanto, dias depois, Adriano descobriu durante um exame que o órgão retirado havia sido o rim esquerdo.

“Vinte dias depois, quando fui fazer uma ultrassonografia, o doutor lá embaixo falou assim: ‘Adriano, o médico lá embaixo está dizendo que foi retirado o seu baço. Mas o seu baço eu estou vendo, o que eu não estou vendo é o seu rim’”, contou a vítima.

O paciente ainda teve uma infecção hospitalar e uma tuberculose óssea.

Um laudo médico anexado ao processo comprova os erros.

“Resta, claro, portanto, que o autor foi vítima de uma série de falhas por parte do Estado do Rio de Janeiro, seja no tocante ao retardo no atendimento, seja em relação às inúmeras intercorrências apuradas pelo i. expert, sendo a mais grave delas, a meu sentir, a retirada desnecessária de um dos rins”, destaca a decisão.

Na primeira instância, Adriano ganhou direito a uma indenização de R$ 50 mil por danos morais e R$ 10 mil por danos estéticos. Contudo, a defesa decidiu recorrer.

Em segunda instância, de acordo com a decisão da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, Adriano deve receber R$ 100 mil do Governo do Rio por danos morais e R$ 50 mil por danos estéticos, além de uma pensão vitalícia no valor de um salário mínimo.

O advogado Márcio Antônio Candido comemorou a decisão favorável, mas ressaltou que a batalha ainda está longe de acabar. “Vamos aguardar agora a longa batalha que será para receber isso. Certamente teremos que entrar na longa fila de precatórios. Então é uma nova luta”, contou.

A Secretaria de Estado de Saúde ainda não se posicionou sobre o caso.

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