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Filas:’Nenhum eleitor gastará mais de 30 segundos’, diz presidente do TRE

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Por Correio da Bahia

Depois da espera, do cansaço e das reclamações no primeiro turno nas eleições gerais deste domingo (7), o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), José Rotondano, garantiu que, para o segundo turno, no próximo dia 28, não haverá tantas filas e demora.

“Nenhum eleitor gastará mais de 30 segundos para digitar dois números”, afirmou.

A demora, minimizou Rotondano, já era prevista – CORREIO encontrou eleitores que esperaram por mais de quatro horas para puder registrar os 19 números de seis cargos – deputado federal, deputado estadual, senador (duas opções), governador e presidente.

Ele lembrou que, além da biometria, a quantidade de cargos a serem votados era outro motivo que tornou a eleição deste ano mais lenta.

“Nós avisamos que essa eleição seria diferenciada em razão da estreia da biometria, em razão do número de cargos em disputa no pleito e isso iria retardar um pouco o encerramento da votação”, disse.

Nem o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) escaparam das filas. No Colégio Duque de Caxias, no bairro da Liberdade, Rui esperou uma hora e meia. Já Neto, passou duas horas e quinze minutos para votar em sua seção na Faculdade de Administração da Ufba, no Vale do Canela.

O tempo médio esperado para que cada eleitor concluísse o processo aumentou: passou de um minuto e 14 segundos, previsão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2014, para dois minutos, de acordo com o TRE-BA.

Diversão para encarar fila
Cinco horas da tarde, horário de encerramento da votação, e o agente de saúde William Cruz, 26 anos, estava dentro do Instituto Central de Educação Isaías Alves Geral (Iceia) dançando com amigos ao som de uma caixinha que reproduz música no formato mp3, enquanto aguardava na fila para votar.

Essa foi a maneira encontrada pelo jovem para enfrentar o impacto da primeira votação com identificação por meio da biometria (impressão digital) em Salvador, o que gerou longas filas e espera para votar.

“Eu moro aqui perto e de manhã estava bem cheio. Agora de tarde eu já vim preparado para enfrentar a fila. Aí trouxe essa caixa de som para me divertir com os amigos”, conta William.

Apesar de não ter ideia a que horas conseguiria votar, por causa do tamanho da fila, o vendedor ambulante e artista plástico Matias Florentino, 43, garantiu que voltaria a enfrentar situação parecida. “É para exercer meu papel de cidadão e buscar uma melhora para o nosso País”, destacou.

É nessa tendência que acredita o cientista político e professor da Ufba, Paulo Fábio Dantas. Mesmo com os transtornos, o cientista diz não acreditar em um possível desestímulo da população devido aos transtornos enfrentados nesse pleito.

“Sinceramente, não vejo a menor possibilidade disso (desestímulo) acontecer. O que vimos foi uma eleição com níveis históricos de participação, de engajamento das pessoas. É difícil encontrar outra democracia que tenha um grau tão grande de comparecimento como a brasileira”, destaca Dantas.

Para ele, nos próximos dias a discussão será sobre o resultado do certame e não dos problemas para votar.

“Estamos cada vez mais nos aperfeiçoando no processo eleitoral. É uma adaptação absolutamente natural à biometria. O que vai ocorrer amanhã, um mês depois é a discussão sobre o resultado. Os setores técnicos (do Tribunal Regional Eleitoral) que precisam aperfeiçoar o processo, para evitar os transtornos”, completa o cientista.

Sugestões
Os eleitores que sofreram nas filas sugeriram ajustes para acelerar a votação nas próximas eleições. “Deveria ter mais urnas, mais mesários para diminuir as filas”, acredita Matias Florentino.

Já o aposentado Artur Simões, 59, sugeriu criar mais seções especiais para os idosos. “Sabemos que os idosos têm problemas de visão, dificuldades para digitar e isso acaba atrasando o voto dos outros eleitores”, declarou Artur, que votou no Colégio Luiz Viana, em Brotas, depois de esperar quase duas horas na fila e não ter a digital reconhecida pela urna.

A aposentada Ilda Miranda, 82 anos, já foi votar sabendo que não seria identificada pela biometria, pois, no momento do recadastramento, não foi possível reconhecer as digitais. “Já usei muito produto de limpeza como água sanitária, sabão em pó e isso acabou retirando minhas digitais”, lembra.
Para quem enfrentou esse problema, o presidente da mesa liberava a urna para o voto e o leitor assinava no livro de comparecimento.

A assessoria do TRE informou que não apresentaria um balanço de quantas pessoas não foram identificadas pela biometria.