‘Era um marido ótimo, carinhoso e trabalhador’, diz esposa de maníaco
Assassino confesso de duas mulheres e suspeito por outros crimes, Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, é casado há 17 anos, pai de uma adolescente e não tinha passagem pela polícia. Ele era terceirizado em um supermercado do Distrito Federal e não tinha qualquer tipo de problema no dia a dia, segundo relato de colegas.
Ele foi preso após a morte da advogada Letícia Curado, funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC), e confessou também o assassinato de Genir Pereira de Sousa, 47, que foi morta em junho deste ano.
A família de Marinésio resolveu deixar a casa em que eles moravam há 15 anos por conta de ameaças. De acordo com o Universa, do Uol, foi preciso apoio da Polícia Militar para que a mulher e a filha conseguissem deixar o local em segurança.
A esposa, que prefere não se identificar, falou com o site e disse que não suspeitava de nada e que elas não têm culpa pelo que aconteceu.
“Ele era um marido ótimo, carinhoso e trabalhador. Muitos passam nos xingando, fazendo gestos violentos, mas não temos culpa”, afirma.
Um vizinho, Ronaldo Araújo, diz que Marinésio era um homem tranquilo e que nunca teve problemas com ninguém. “A comunidade está muito nervosa, apreensiva e assustada. Ninguém imaginava que ele era um assassino”, conta.
O acusado trabalhou como cozinheiro em alguns restaurantes comunitários até que foi contratado no mercado, há cerca de 40 dias. Ele se apresentou às vítimas, suspeita a polícia, como motorista de transporte alternativo. Marinésio nasceu em Bayeux, no interior da Paraíba, mas se mudou para o DF com a família aos cinco anos.
Investigação
Além dos dois homicídios, a polícia investiga pelo menos outras seis vítimas que o acusam de assédio e até estupro. O suspeito ainda não passou por nenhum exame mental.
“Apenas psiquiatras podem constatar isso. Mas ele é, sim, um maníaco. Mata por matar, não sabe explicar o motivo, não diz frases que fazem sentido. Também não traça um perfil da vítima que vai atacar. Age por impulso”, explica a delegada Jane Klébia.
No depoimento, ele conta que matou Genir depois de, segundo ele, manter relações sexuais consentidas com ela. Ele fala que “não sei que diabo deu em mim” depois do momento de intimidade. “Ela vestiu a roupa, a gente estava conversando ali, aí eu apertei ela e não sei que diabo deu em mim, não. Quando eu olhei, já tinha feito a merda…”.
Já no caso de Letícia, ele nega o estupro. Marinésio diz que durante a carona que deu à vítima, na sexta (23), deu em cima dela, mas foi rejeitado. Depois disso, a atacou – a mulher morreu estrangulada. “Quando eu vi, já tinha acontecido”, contou à imprensa.
Caso de vizinha é investigado
A estudante Caroline Macêdo Santos, 15 anos, vizinha de Marinésio e melhor amiga da filha dele, foi achada morta em maio do ano passado, no Lago Paranoá. O caso foi classificado como suicídio na época, mas agora a investigação foi reaberta.
Caroline costumava pegar carona com Marinésio e a filha – as duas garotas frequentavam a mesma escola. No dia 14 de maio do ano passado, Caroline saiu para encontrar alguém que teria conhecido online. Duas amigas a acompanharam até um ponto de ônibus, onde foi vista pela última vez.
A polícia suspeita que Marinésio pode ter oferecido carona a ela. “O corpo dela foi encontrado três dias depois do desaparecimento, já estava em estado avançado de decomposição, mas o exame indicou que ela pode ter sido asfixiada”, diz o delegado Éder Charneski.
Fonte: Correio da Bahia
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