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Enfermeiro adota 10 crianças para não separar irmãos

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Nos últimos anos, Uanderson Barreto formou uma grande família, porque não quis separar irmãos biológicos. Conheça essa história.

Enfermeiro adota 10 crianças para não separar irmãos | Foto: G1

É impossível não se emocionar com a história de Uanderson Barreto de Souza. O enfermeiro decidiu adotar 10 crianças para não separar os irmãos biológicos. Em entrevista para o Fantástico, Uanderson disse que sempre quis ter uma família grande porque veio de uma família grande. “Eu sabia que queria ter uma família, eu queria ter os meus filhos”, conta. “Fui trabalhar em um acolhimento e lá vi a realidade das crianças“.

Tudo começou em 2012, quando Uanderson foi trabalhar em um abrigo para crianças e adolescentes. Lá, uma psicóloga, que sabia do seu sonho de ser pai, o apresentou para João que, na época, tinha 9 anos. “Fiquei muito feliz, porque era meu sonho ser adotado desde criança, mas era meu sonho que meu irmão ficasse junto comigo”, conta João na entrevista. João é irmão biológico de Daniel, com 10 anos na época, que foi diagnosticado com deficiência cognitiva. “Aí eu pedi pro meu pai adotar ele também”, relembra. Sendo assim, João e Daniel foram adotados em 2012 por Uanderson.

Um ano depois, em 2013, o enfermeiro foi visitar outro abrigo e lá conheceu Alexandre. Alexandre é irmão biológico de João e Daniel, e foi adotado por Uanderson aos 15 anos. “Se eu pudesse, eu daria essa vida para muitos outros adolescentes e crianças que não estão na fila de preferência de adoção”, diz o enfermeiro.

Em 2014, Uanderson conheceu a história de Leonardo, que tinha o sonho de se tornar jogador de futebol. “Achei que poderia ser pai dele e ajudá-lo de alguma forma”, explica. Assim, Leonardo foi adotado aos 11 anos, junto do irmão biológico Pedro, aos 7 anos. Quatro anos depois, Uanderson se encantou com Jocilan, que foi adotado em 2018.

Então, Uanderson já tinha 6 filhos, mas não parou por aí: ele se deparou com a história de Marcos. “Foi a história que mais me cativou. Na época, ele escreveu nas redes sociais: ‘Por eu ser grande e negro, ninguém quer me adotar. Vejo meus amigos pequenos e brancos irem embora e eu nem recebo visita. Já estou muito tempo no abrigo’”, conta Uanderson. Marcos foi adotado em 2018, aos 17 anos de idade.

Marcos é irmão biológico de Luciara, que estava completando 18 anos e precisaria sair da instituição. “Eu falei que eu só sairia do abrigo com todos os meus irmãos. Ele se interessou e ficou com a gente”, conta a menina, que também é irmã biológica de Vitória, de 13 anos, que também foi adotada por Uanderson.

Atualmente, Uanderson quer adotar o décimo filho: Wesley, de 8 anos, irmão biológico de Marcos, Luciara e Vitória. “Vivo hoje a grande angústia de ser o pai do Wesley, meu décimo filho está lá na instituição”, conta.

Uanderson diz que quer passar valores importantes para os filhos e, para isso, criou um projeto social chamado Cabide Solidário, que consiste em arrecadar roupas e doar uma vez por semana. “Quando uma criança ou um adolescente vai para a instituição, ela foi negligenciada por aquelas pessoas que deveriam garantir seus direitos. São pessoas com dificuldades de receber e dar carinho e amor, então criei o projeto para que eles aprendam o que é isso”, explica.

Uanderson deu esperança para os filhos e, atualmente, eles já têm vários sonhos e planos para o futuro: veterinário, youtuber, modelo, eletricista, bombeiro e por aí vai. “Ele é meu herói. Me deu carinho na hora que eu mais precisava”, o filho Pedro diz, sem conseguir conter as lágrimas na entrevista. “Sou um pai solteiro. Pai de 10 filhos por adoção”, conclui Uanderson orgulhosamente.

Com informações do Vivamarilia.com | Correio do lago