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Embasa e Faeb negam contaminação de água em municípios da Bahia

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Nesta segunda-feira (22), a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) emitiu uma nota e negou que as águas dos municípios baianos estejam contaminadas. O órgão disse que os níveis de agrotóxico detectados nas amostras dos municípios citados na pesquisa “estão bem abaixo do Valor Máximo Permitido (VMP) pelo Ministério da Saúde” e que a presença de agrotóxico não é sinônimo de água contaminada.

No entanto, “para o fórum não existe uso seguro de agrotóxico. E é preciso alertar a população sobre os riscos, até para que saibam se estão dispostos a corrê-los”, declarou a promotora de justiça Luciana Khoury, que coordena o Fórum Baiano de Combate aos Impactos Agrotóxicos.

Durante reunião realizada também nesta segunda-feira (22), para debater o resultado da pesquisa que aponta a contaminação das águas de 271 municípios baianos, a promotora afirmou que há uma intensificação do uso e uma insuficiência no controle dos agrotóxicos que é altamente prejudicial à saúde. Para ela, a divulgação deste tipo de informação é fundamental para a população.

Luciana não concorda com o argumento de que o controle do uso de agrotóxicos no Brasil é rigoroso. “Existem mais de 500 agrotóxicos registrados e a nossa lei só monitora 27. Nossos parâmetros são muito permissivos se comparados com os europeus. Tem substâncias que já foram banidas em seus países de origem, de fabricação, e continuam permitidas no Brasil”, destacou.

A informação da contaminação é fruto de uma investigação conjunta pela ONG Repórter Brasil, da Agência Pública e da organização suíça Public Eye. Elas são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) do Ministério da Saúde. O estudo detectou em 1.396 municípios brasileiros todos os 27 pesticidas. Em outubro, será divulgado um dossiê com estudos e informações para a população sobre o uso de agrotóxicos.

Barragem do Apertado foi usada por décadas como fonte de água para a agricultura da região de Mucugê (Arquivo CORREIO)

Segundo a Embasa, em Mucugê, por exemplo, é realizado um monitoramento semestral das águas há pelo menos 7 anos, sem que tenha sido detectada qualquer contaminação. No entanto, o município foi apontado como um dos que teria a água em pior condição.

De acordo com o estudo, a água que abastece Camaçari está contaminada por 27 agrotóxicos.

A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) também emitiu uma nota e se disse surpresa com as informações da pesquisa. “São mais de trinta pontos de análise por campanha, compreendendo as águas superficiais e subterrâneas e sedimentos. Assim, nos causa surpresa a afirmação da contaminação das águas do município de Mucugê, bem como outros municípios da Bahia”, destaca o documento.

A Faeb também destaca o posicionamento da Câmara Técnica de Controle de Qualidade de Água (CTCQA) vinculada à Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). Segundo a federação, o cenário apresentado em relação aos agrotóxicos presentes na água de consumo humano não condiz com a realidade brasileira.

Por Correio 24h