Doença de Haff: Secretária de Saúde confirma 16 casos em Camaçari

A Secretaria Municipal de Saúde de Camaçari (Sesau) divulgou nesta quarta-feira (09), relatório de investigação da doença de Haff no município, que aponta 16 pessoas contaminadas com a doença. Segundo o documento, oito famílias foram investigadas, todas residentes em Camaçari, totalizando 19 pessoas expostas, sendo 16 pessoas sintomáticas. De acordo com o relatório, nenhuma pessoa precisou ser hospitalizada.

Das 19 pessoas expostas, 17 consumiram o peixe olho de boi. Durante a investigação feita pela Vigilância Sanitária Municipal, descobriu-se que o alimento foi adquirido em peixarias que afirmaram ter comprado o produto no Mercado do Peixe em Salvador. Outros foram adquiridos no Centro Comercial de Camaçari. Duas pessoas pessoas consumiram peixe comprado fresco em peixaria no bairro de Buraquinho, em Lauro de Freitas. Apenas um caso confirmado foi de uma pessoa que consumiu duas espécies diferente de peixe (arraia e cavala), em um restaurante localizado em Caboto, no município de Candeias.

Conforme o relatório, o consumo do peixe se deu durante o mês de novembro. Uma amostra do produto congelado que estava armazenado com uma das famílias foi solicitada e encaminhada para análise laboratorial no LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública).

A doença de Haff é caracterizada pela ruptura das células musculares, o que leva ao aparecimento de alguns sinais e sintomas como dor e rigidez muscular, dormência, falta de ar e urina escura, semelhante à café. As causas da doença ainda são discutidas, no entanto acredita-se que o desenvolvimento seja devido a alguma toxina biológica presente em peixes de água doce e crustáceos.

É importante que essa doença seja identificada e tratada rapidamente, pois pode evoluir rapidamente e trazer complicações para a pessoa, como insuficiência renal, falência múltipla de órgãos ou até óbito.

Segundo especialistas, é importante que o tratamento da doença de Haff seja iniciado assim que os primeiros sintomas surgirem, para prevenir a progressão da doença e o surgimento de complicações. Normalmente é indicado que a pessoa fique bem hidratada nas 48 a 72 horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, pois dessa forma seria possível diminuir a concentração da toxina no sangue e favorecer a eliminação através da urina.

As complicações mais frequentes da doença de Haff surgem quando não é feito o tratamento adequado e incluem a insuficiência renal aguda e a síndrome compartimental, que acontece quando existe um aumento da pressão arterial numa parte específica do corpo, o que pode colocar em risco os músculos e nervos dessa região.

Em toda a Bahia, o número de casos já chega a 30, de acordo com a com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Outros casos da doença já tinham sido registrados no estado em 2016 e 2017. No entanto, eles voltaram a ser registrados no mês de agosto, ainda segundo a Sesab. A secretaria detalhou que além dos 30 casos já confirmados, cinco ainda estão em investigação.
 

Com informações do CN1

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