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Criminosos usam explosivo em ponte e incendeiam carros no Ceará

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Membros de facções criminosas voltaram a cometer ataques no Ceará na madrugada deste domingo (13).

Assembleia Legislativa aprovou pacote de medida contra onda de violência. (Foto: Reprodução)

Uma ponte na BR-116, que passa sobre o Rio Choró, no município de Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi atacada com explosivos e o local foi interditado. Ainda não há informação sobre a dimensão do dano, segundo a PRF. No interior e na capital, veículos foram incendiados. Não há informações de feridos. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso por estes crimes.

Este já é o 12º dia desta onda de violência, que começou em 2 de janeiro após o governo anunciar medidas para tornar mais rigorosa a fiscalização nos presídios.

No sábado, eles derrubaram uma torre de transmissão de energia elétrica, após detonarem bombas, e explodiram uma concessionária de veículos.

Reação

Deputados estaduais aprovaram um pacote de medidas no sábado (12) com o objetivo de combater a onda de crimes. Uma dessas medidas é a a Lei da Recompensa, que paga em dinheiro quem denunciar autores de ataques.

Também no sábado, a polícia apreendeu cinco toneladas de explosivosno Bairro Jangurussu, na periferia de Fortaleza.

A Força Nacional está no Ceará para auxiliar nas ações de combate ao crime.

Nos 12 dias de crimes foram 199 ações violentas em 44 municípios; 347 suspeitos foram presos, segundo a Secretaria da Segurança do Ceará.

O Ministério da Justiça confirmou também a transferência de 35 chefes de facção que ordenavam os ataques. Eles serão levados a presídios federais.

Explosivos em ponte

A ponte sobre o Rio Choró, na cidade de Chorozinho, foi interditada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na madrugada desde domingo, após explosivos serem detonados na parte inferior da estrutura.

Motoristas que trafegam entre as cidades de Fortaleza e Chorozinho devem alterar o trajeto e fazer a rota pela cidade de Horizonte.

Explosão causou tremor

Pessoas que moram próximo ao local, na entrada da cidade, relataram um “tremor” com o impacto da detonação.

“Estremeceu até a janela daqui de casa, parecia um tremor de terra. Foi um estrondo muito grande”, afirmou um morador da região, que não quer se identificar. A casa dele ficou com rachaduras nas paredes após a explosão.

Carros incendiados

Entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo foram incendiados carros particulares em Umirim, no interior do estado, e em Fortaleza, no Bairro Siqueira.

Ataque ao prédio do Juizado

Também na madrugada de sábado para domingo, um explosivo foi detonado em frente ao Juizado Especial Criminal de Fortaleza, na rua Desembargador João Firmino, no Bairro Montese.

De acordo com a polícia, um suspeito desceu de um veículo, onde estavam pelo menos outros três homens dando suporte, e colocou um artefato próximo à base de uma coluna do prédio. Apesar da explosão, o impacto foi de pequenas proporções e atingiu a base da coluna de sustentação e parte do vidro da porta.

Policiais que estavam de plantão dentro do juizado chegaram a atirar em direção ao veículo mas os suspeitos conseguiram fugir.

Maior rigor nos presídios

A onda de violência começou em 2 de janeiro, um dia após Mauro Albuquerque tomar posse do cargo de secretário da Administração Penitenciária, pasta criada no segundo mandato de Camilo Santana.

Mauro Albuquerque fez operações para apreender celulares nos presídios e prometeu acabar com a divisão de presos conforme a facção criminosa a que pertencem. O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que “não há recuo”.

Medidas da Assembleia contra os ataques

Na noite de sábado (12), em sessão extraordinária durante o recesso parlamentar, os deputados estaduais aprovaram um pacote de medidas na tentativa de fortalecer o combate às facções criminosas.

Estiveram presentes 36 dos 46 deputados estaduais do Ceará. O governador Camilo Santana prometeu assinar o pacote neste domingo e publicar em edição extra do Diário Oficial do Estado.

As medidas aprovadas por aclamação na Assembleia são:

Lei da Recompensa, que paga em dinheiro quem denunciar autores de ataques ou fornecer informações que possam prevenir crimes;

Retirada das tomadas em celas de presídios, para evitar que criminosos possam usar carregadores de celular;

Aumento de 48 para 84 o máximo de horas extras que policiais civis, militares e bombeiros podem fazer por mês;

Convocação de policiais da reserva para aumentar o efetivo nas ruas;

Criação de um banco de informações sobre veículos destruídos na onda de ataques;

Restrição da presença de pessoas no entorno dos presídios, com objetivo de evitar fugas;

Criação do Fundo de Segurança Pública, que terá reserva para investir na prevenção de crimes e pagar beneficiados da Lei da Recompensa;

Regularização do comando de tropas de policiais militares cedidas por outros estados (o que na prática já está acontecendo com agentes cedidos pelos governos de Bahia, Piauí, Santa Catarina e Pernambuco). *Por G1