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Conhecendo sua história e sua gente: Camaçari, tudo começou aqui

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Conta à história, que logo após a fundação da Cidade do Salvador no ano de 1558, Tomé de Souza (o primeiro Governador Geral do Brasil), enviou para essa região, os jesuítas João Gonçalves e Antonio Rodrigues, que aqui chegando, fundaram a Aldeia do Divino Espírito Santo às margens do rio Joanes, onde construíram a primeira Igreja feita de palha (reconstruída no século XVII) e um convento, o qual seria o marco do primeiro trabalho jesuítico no Brasil (vale registrar que Mem de Sá, que seria o terceiro Governador Geral do Brasil participou ativamente nessa investida.

Aí se instalou a famosa Companhia de Jesus, que seria a sede dos jesuítas, que vieram com o objetivo de catequizar, de educar os índios Tupinambás que ali viviam.

Por provisão do Conselho Ultramarino, de 27 de setembro de 1758, o povoado foi elevado à vila, com o nome de “Vila do Espírito Santo de Nova Abrantes”, sendo instalada por doutor João Ferreira Bittencourt Sá, a capela que nesse mesmo ano foi elevada a Matriz.

A primeira composição administrativa do município, abrangia os distritos de Abrantes, São Bento do Monte Gordo e Ipitanga. Vale ressaltar, que um dos mais fascinantes desafios da História da Bahia é a análise do processo da criação e desenvolvimento da Vila de Nova Abrantes do Espírito Santo.

Montenegro

Em 1860, as terras que compõem o município pertenciam ao desembargador Tomaz Garcez Paranhos Montenegro e graças a sua influência política conseguiu trazer a estrada de ferro para suas terras, o que impulsionou o crescimento da região.

É criado em 1920 o distrito de Camaçari, desmembrado de Abrantes. O então governador Francisco Marques de Góes Calmon muda a sede do município de Abrantes para Camaçari, que passa a ser vila. Cinco anos depois, passa a se chamar Montenegro, em homenagem ao desembargador.

Finalmente em 1938 o município volta a ser chamado de Camaçari, que inicialmente se escrevia Camassary, tem origem tupi-guarani sendo seu significado “árvore que chora”, fazendo referencia a árvore de mesmo nome que tem a característica de ter suas folhas cobertas de gotículas de água.

Em 1925, o então governador Francisco Marques de Góes Calmon da ao município o nome de Montenegro, que tinha como sede a Vila de Camaçari. O município de Camaçari foi regulamentado pelo Decreto Lei 10.724 de 30 de março de 1938, perdendo a denominação de município de Montenegro, por Camaçari sede e pelos distritos de Abrantes, Monte Gordo, Dias D’Ávila. Pela Lei nº 628 de 30 de dezembro de 1953, foi criado o distrito de Dias D’Ávila, ficando o município de quatro distritos: Camaçari, Abrantes, Monte Gordo e Dias D’Ávila, este último sendo emancipado no ano de 1985.

Desde o início da colonização os meios de transportes usados para o acesso ao nosso município eram feitos através da navegação de Cabotagem (Saveiros, barcos) e no lombo de animais que vinham pela estrada das boiadas que cortava a faixa litorânea. Assim era feito o transporte do açúcar que iam embalados em caixas feitas com a madeira da árvore Camaçari, na época era encontrada em abundancia no município. Assim iniciou o processo de extinção da árvore que originou o nome do nosso município. No final do século XVIII, com a implantação da malha ferroviária ligando Salvador a Sergipe, este município passa a escoar o excedente de sua produção agrícola, o que possibilitou o seu crescimento econômico. Na década de 30 o estado da Bahia dá início a sua rodoviária, buscando desta maneira substituir o transporte marítimo. O comércio de Camaçari era precário predominava apenas as vendas e armazéns, só no final da década é que ela passa a contar com uma indústria a AZFA, do português Avelino Alves, que fabricava oxido de ferro e gesso, além de explorar a tabatinga.

A educação neste município era ministrada nas casas das professoras que funcionava de maneira informal, só na década de 40 depois da inauguração da Praça Abrantes é que o governo do estado inaugura a primeira escola estadual Gonçalo Muniz, que hoje funciona a biblioteca infantil, só em 1948 a cidade cria a primeira Câmara de vereadores, foi no final da década de 50 que o então Presidente da republica Juscelino Kubistschek criasse o GTDN, Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste, criou o 1º Plano Diretor do Estado da Bahia que elegeu Camaçari como cidade ideal para a criação do maior Pólo Petroquímico da América do Sul.

Em 1961 é fundado o primeiro Colégio Municipal São Tomas de Cantuária, com o objetivo de oferecer cursos técnicos para qualificar mão de obra para trabalhar no Pólo Industrial da cidade, neste mesmo período é criado o primeiro Posto de Saúde de nossa cidade. Foi no ano de 1972 com a implantação do Complexo Petroquímico é que Camaçari parte rumo ao futuro dando novo impulso na sua economia que viria a se consolidar em junho de 1978 com a entrada das fábricas ali instaladas. Apesar do grande numero de empregos gerados, a mão de obra não especializada que imigrou de todas as regiões do Brasil não foi completamente absorvida. Antigos bairros como Bomba, Quarenta e Seis e o Alto da Cruz, sem nenhuma infra-estrutura passaram a receber um grande contingente de imigrantes, causando sérios problemas a prefeitura. Na tentativa de solucionar os problemas a prefeitura criou um plano habitacional que resultou no surgimento de bairros como as Glebas e os PHOC’s.

No ano de 1999 é inaugurada a Casa do Trabalho – CEDAP que tem como objetivo a capacitação e seleção do trabalhador nas mais diversas ares. Lá estão instalados órgãos como o SENAC, o SENAI e o SEBRAI, um posto de Associação Comercial do Estado da Bahia além de outros serviços bancários. Ainda neste mesmo ano a Ford foi instalada no município, resultada de varias negociações com o Governo do Estado.

Com a implantação da Ford estimulou a vinda de outras fábricas para cá, como a Monsanto que destina um pouco de seus impostos aos assistencialismos de algumas escolas do município.

Veja imagens históricas de Camaçari:

A Villa de Abrantes da Comarca do Norte representada em gravura de 1792, por Domingos Alves Branco Moniz Barreto, escriturário da contadoria geral da Junta da Real Fazenda da Capitania da Bahia (original no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa). Note a residência dos jesuítas em prédio anexo à Igreja (demolido em 1940). O desenho mostra a geometria da aldeia, em forma retangular, comum nas aldeias dos jesuítas da época.
Praia em Camaçari (BA) – mar. 1952
A velha estação, em foto publicada na Revista Illustração Brasileira de 2/6/1923
A estação de Camaçari em 1957, já com postes de eletrificação. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, do IBGE, vol. XX, de 1958

A Estação de Camaçari está localizada no centro da cidade. Ela foi aberta no ano de 1861. O prédio da estação, que se manteve por muito tempo conservado externamente e do mesmo estilo de grande parte das estações da Leste reconstruídas nos anos 1940, serviu por muito tempo como bar, de 1990 até julho de 2013, com mesas espalhadas por parte de sua plataforma. Em maio de 2005 estava ameaçada de demolição. Em 2014, a estação estava fechada e com risco de depredação e demolição novamente.

Prefeitura Municipal : Agência de Estatística : Camaçari, BA – 1957
Praça Desembargador Montenegro : Camaçari, BA – 1957

Polo Petroquímico Industrial : Camaçari, BA – [19–]
Horto Florestal : Camaçari, BA – [19–]

Praça Desembargador Montenegro : Camaçari, BA – 1982
Praça Abrantes : Biblioteca Pública Municipal (Antes, foi o primeiro colégio de Camaçari) – [19–]
Hospital : Camaçari, BA – 1982 (Atrás do Bompreço)
Edifício Cidade de Camassary : Camaçari, BA – 1982
Igreja Matriz : Camaçari, BA – 1982

Vista aérea do Conjunto Habitacional : Camaçari, BA – [19–]
Vista aérea do Conjunto Habitacional : Camaçari, BA – [19–]

Texto base: Blog Escolas e meando conhecimento | Fotos: IBGE