Conheça a história do morador de rua espancado por personal trainer
O baiano Givaldo Alves, 48 anos, agredido pelo personal trainer Eduardo Alves após ser flagrado tendo relações sexuais com a mulher dele, está em situação de rua há um ano e dois meses, desde que venceu o contrato na empresa onde trabalhava, na Bahia. Depois disso, Givaldo diz ter iniciado uma peregrinação por cidades de Tocantins, Minas Gerais e Goiás até chegar ao Distrito Federal. As informações foram detalhadas por ele em entrevista exclusiva ao Metrópoles nessa quarta-feira (23/3).
Segundo Givaldo, ele é o filho mais novo de 10 irmãos e trabalhou com plantação, caça e pesca na infância. Aos 14 anos, diz que mudou-se para São Paulo, onde “conheceu o trabalho de verdade, sem ser o primário”. Na cidade paulista, o nordestino viveu 15 anos e revela já ter sido casado com uma moça que descreveu ter “alma iluminada”.
O homem detalha que tem uma filha de 28 anos com a mulher. Após desavenças, decidiu sair de casa e morar no litoral paulista.
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Sem oportunidade de emprego, Givaldo conta que mudou para Tocantins com o objetivo de encontrar a mãe e rever familiares. Após um período em família, Givaldo saiu de casa sem rumo, sozinho e a pé. O homem sobreviveu em abrigos, até chegar a Luís Eduardo Magalhães (BA). Lá, arrumou emprego.
Depois que acabou o vínculo empregatício, o baiano ficou em situação de rua. Decidido a partir para Goiânia para tentar vida nova e encontrar com uma das irmãs, o homem pediu ajuda e alcançou Formosa (GO). Givaldo ficou apenas dois dias na cidade convencido de que Brasília seria o melhor lugar para buscar ajuda.
Na entrevista aos jornalistas Caio Babieri e Carlos Carone, o morador de rua diz que alterna a rotina entre abrigos públicos e casas de passagens e que Brasília é o “melhor lugar para estar em situação de rua”. “Aqui, tem muita ajuda humanitária, muita ajuda social, abrigos e pessoas nos recebem muito bem. Só tenho a agradecer”, pontuou o baiano.
Briga com personal
Quatorze dias após o episódio que surpreendeu o Brasil e inundou as redes sociais com as opiniões mais diversas, o Metrópoles encontrou o sem-teto que, em entrevista exclusiva, narrou o que teria acontecido na noite do último dia 9 de março. As imagens em que ele aparece apanhando foram gravadas por câmeras de segurança de uma casa.
Assim como em depoimento à polícia, reafirmou que a relação com a mulher foi consensual e que, inclusive, foi convidado por ela a entrar no veículo, mesmo após dizer que não “tinha tomado banho”. “Eu andava pela rua e ouvi um grito: ‘Moço, moço’. Olhei para trás e só tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: ‘Quer namorar comigo?’.”
“Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, iniciou.
A entrevista foi concedida na tarde de quarta-feira (23/3), após várias tentativas de contato da reportagem com o principal personagem desse inusitado caso. Durante 47 minutos, Givaldo Alves mostra ser articulado, diz gostar de literatura e conta já ter exercido inúmeras atividades laborais, como operário na área de construção civil e como motorista responsável pelo transporte de produtos perigosos.
“Não cometi estupro”
Em um dos momentos mais importantes da conversa, ele rebate as acusações do personal sobre o crime de estupro. “Deus me colocou em um lugar cercado por câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro morador de rua, possivelmente já estaria preso”, disse, aliviado.
Ao ser agredido pelo educador físico, Givaldo conta ter reagido e revidado: “Nós trocamos socos”. O sem-teto diz que só tomou conhecimento de que a mulher era casada quando recebia atendimento médico no hospital. Até então, ele achava ter sido vítima de uma retaliação após testemunhar um motorista em um carro arrastando propositalmente uma mulher, na região, alguns dias antes. Por essa razão, deduzia que o autor do crime poderia estar se vingando.
Em função da briga com o personal, Givaldo sofreu um edema no olho e teve a costela quebrada. Sem acreditar na notoriedade que ganhou nas redes sociais, o sem-teto comenta a situação: “Não me arrependo”.
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Com informações do site Metrópoles
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