Comerciantes lamentam ampliação do toque de recolher e projetam demissões e fechamentos
As determinações do novo toque de recolher, que passa a valer nesta segunda-feira (22) e irá pelo menos até domingo (28), não agradaram os comerciantes, quer terão que fechar seus bares e restaurantes até às 18h para o atendimento presencial. O governo estadual decidiu restringir ainda mais o horário de circulação das pessoas nas ruas depois de a Bahia registrar 80% de ocupação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). (Com informações do BNews)
A sócia do bar Lua de São Jorge, no bairro do Imbuí, Joana Cima, afirmou ao BNews que, como cidadã, concorda que sejam aplicadas medidas mais drásticas em relação à pandemia, já que a população não tem respeitado as determinações. Contudo, como empresária, ela acredita que os governantes deveriam oferecer contrapartidas para amenizar os impactos.
“Nosso movimento aqui é todo à noite e 75% do nosso faturamento acontece entre sexta e domingo, justamente no período da noite. Com o toque de recolher, nosso faturamento despencou. Temos obrigações, funcionários, impostos, contas a pagar. Então, tem que ter alguma contrapartida para que a gente possa trabalhar. Haverá mais demissões e o fechamento de mais empresas”, explicou Joana.
Ela apontou que a disseminação do coronavírus “não está dentro dos restaurantes”, mas nas festas, praias, no ônibus e metrô. A empresária reclama que a prefeitura e o governo não se atentaram à questão do transporte público ao reduzir os horários e linhas de ônibus durante a pandemia, o que teria sido fundamental para propagar ainda mais a doença, já que os coletivos ficaram lotados.
“Aqui [nos bares e restaurantes], respeitamos e seguimos à risca todos os protocolos. Quando anunciaram o toque de recolher até 22h, eu achei até razoável, mas reduzir para 18h, a tendência é fechamento em massa de vários bares e restaurantes e do comércio em geral”, acrescentou.
O gerente do bar Terapia, Joel Cardoso, concorda que tudo é válido para combater a Covid-19, mas os comerciantes estão “pagando por isso”. Na avaliação dele, a piora substancial na pandemia se devem às aglomerações ocorridas nas festas de final de ano. “A gente não poderia estar pagando por isso. Esse final de semana, por exemplo, tivemos uma redução de 90% no movimento. Agora que vai fechar 18h, vai chegar o prejuízo a 100%”, projetou Cardoso.
A gerente do Quiosque do Xuxu, Marinalva Silva, lamentou a situação e contou que está muito difícil continuar funcionando, ainda mais depois da ampliação do toque de recolher. “Durante o dia não temos movimento nenhum. Vamos ter que reduzir custos, vou ter que tirar os funcionários da noite porque não tem como trabalhar”, confessou Marinalva.
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