Caso Michel Sá: Mesmo com prisões decretadas, acusados continuam circulando normalmente

Quase quatro meses após o Ministério Público oferecer denúncia contra Maurício Lucas Teive e Argollo, e Itazil Moreira dos Santos, padrasto e motorista, respectivamente de Gabriel Bispo dos Santos, assassino confesso do assessor da Diretoria de Relacionamento e Atendimento da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb), Michel Sá, os dois continuam soltos.

Ao BNews, um familiar de Michel explicou que mesmo com a Justiça tendo decretado a prisão preventiva dos dois acusados, no dia 11 de fevereiro, a Polinter não consegue cumprir o mandato. Segundo o familiar, Maurício e Itazil não fugiram para o interior ou outro estado, e também não estão escondidos, eles continuam com a rotina normal, mas não são presos.

“A gente tem a constatação de que eles estão circulando normalmente em áreas de lazer, bebendo, curtindo em clube e todo mundo sabe, só a polícia e a Polinter que não conseguem prender esses homens. Ele [Maurício], inclusive, está circulando em um carro disfarçado para não ser identificado. Toda hora eu recebo uma foto dele em algum lugar, recebo informações, mas a polícia, estranhamente, não consegue prendê-los”, afirmou o ex-vereador Arnando Lessa, de quem Michel foi assessor e a quem considerava como filho.

Lessa, que acompanha o caso de perto desde o início, explicou que tem passado todas as informações que recebe para a polícia, dos locais prováveis em que os acusados possam ser encontrados: “Ele [Maurício] faz chacota da polícia, da Justiça, porque ele circula nos ambientes sociais como se fosse um cidadão de bem e que não cometeu um latrocínio, que não é um estelionatário famoso e nós estamos nessa luta e não temos nenhuma informação”.

O ex-vereador afirmou que Gabriel contou à polícia que o padrasto foi o autor intelectual do golpe e quem tomou a decisão da execução de Michel: “Mesmo assim ele está solto, é inadmissível isso. Afronta a família, toda a sociedade, a polícia, a promotoria pública e o juiz”.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que o mandado de prisão preventiva chegou no dia 12 de fevereiro e está sendo providenciado o cumprimento o quanto antes. Caso alguém tenha o informações sobre o paradeiro dos acusados, a polícia pede para ligar para o Disque-Denúncia (71) 3235-0000.

Crime:

Michel Batista de Sá foi assassinado após ser torturado, no dia 16 de agosto deste ano. O corpo foi encontrado atrás do Shopping Paralela, em Salvador, no dia seguinte. Michel tinha 35 anos, era casado e deixou um filho de nove meses.

Ele era assessor da Diretoria de Relacionamento e Atendimento da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb).

Segundo a polícia, o crime ocorreu durante a negociação da venda de um carro, que pertencia a Michel. O veículo seria vendido por R$ 73 mil. Depois do assassinato, o automóvel sumiu e só apareceu no sábado (18). Gabriel tinha um suposto interesse em comprar o carro, que foi anunciado em um site de vendas. Ele chegou a negociar com Michel, mas a transação não foi finalizada.

O motivo seria uma suposta transferência feita pelo jovem que não caiu na conta de Michel.

Prisão de Gabriel:

Gabriel Bispo dos Santos foi preso no dia 19 de novembro na cidade de Pomerode, em Santa Catarina. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele foi encontrado em uma ação conjunta com a Superintendência de Inteligência da SSP e Polícia Civil de Santa Catarina.

Por Shizue Miyazono | BNews

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