Lésbicas são presas acusadas de matar família a pauladas e carbonizar os corpos
A Polícia Civil investiga se mais pessoas estão envolvidas no assassinato de uma família encontrada carbonizada na terça-feira (28) em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
A filha mais velha do casal e sua namorada foram presas na quarta-feira (29) por decisão da Justiça por suspeita de envolvimento no crime. Segundo a investigação, elas apresentaram contradições em seus depoimentos. A defesa das investigadas negou a participação das suas clientes no crime (leia mais abaixo).
“Diligências estão em andamento para identificar outros envolvidos no crime”, informou ao G1 a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (30). Policiais que participam da investigação apuram a possibilidade de mais pessoas terem envolvimento dos assassinatos.
Os empresários Romuyuki Gonçalves e Flaviana Guimarães mais o filho caçula do casal, o estudante Juan Victor Gonçalves, de 16 anos, foram achados mortos dentro do porta-malas do carro da família, um Jeep Compass azul, na Estrada do Montanhão, zona rural de São Bernardo.
As idades dos pais não foram divulgadas pela polícia. Bombeiros chegaram a ser acionados para apagar as chamas no automóvel, encontrado a seis quilômetros de distância do condomínio de sobrados onde a família Gonçalves morava em Santo André, outro município do ABC.
Traumatismo
O veículo estava incendiado e os corpos carbonizados. Laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte dos três foi traumatismo craniano, possivelmente em decorrência de golpes de pauladas na cabeça.
De acordo com o Departamento de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo, a filha do casal morto, Ana Flávia Gonçalves, de 24, e a companheira dela, Carina Ramos, de 26 anos, são investigadas por suposta participação na morte da família.
Em entrevista à TV Globo, o advogado de Ana Flávia e Carina, Lucas Domingos, negou o possível envolvimento de suas clientes no crime. As duas estão detidas numa cadeia pública em São Bernardo.
“Elas negam ter participado e a autoria”, falou Lucas.
Investigação
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial (DP) de São Bernardo inicialmente como homicídio qualificado, incêndio e localização e apreensão de veículo.
Mas durante as investigações, que estão sendo feitas pelo Setor de Homicídios da Delegacia Seccional, existe a possibilidade de a tipificação criminal mudar. Segundo policiais, objetos de valor, como TV e videogame, foram levados da residência da família. Se isso se confirmar, o caso poderá ser investigado como latrocínio, que é roubo seguido de morte.
Uma das linhas da investigação é de que os investigados e procurados queriam assaltar a casa da família Gonçalves. E que lá dentro mataram o casal e filho caçula com pancadas nas cabeças e depois os levaram no porta-malas do carro da família para um matagal, onde o veículo e os corpos foram encontrados carbonizados. A filha mais velha e a namorada são investigadas por suspeita de terem planejado o crime.
De acordo com o que familiares das vítimas disseram à TV Globo, parentes estiveram no imóvel e disseram que ele estava “revirado e com manchas de sangue” em diferentes cômodos. A polícia não comentou essas declarações, mas depois ouviu essas pessoas.
Filha e namorada
Ana Flávia, filha do casal morto, foi ouvida na terça-feira pela polícia. Segundo a investigação, ela não confessou o crime e mencionou o envolvimento da família com agiotas. De acordo com a polícia, a garota precisou ser medicada durante seu depoimento.
Carina, a namorada de Ana Flávia, também falou com a investigação e não confessou participação nas mortes. No entendimento do Setor de Homicídios, como as duas entraram em contradição ao falar sobre o caso, foi pedida a prisão temporária por 30 dias das duas mulheres.
Como é de praxe numa investigação dessa, a polícia também pediu a quebra dos sigilos telefônicos e bancários da filha do casal e da sua namorada.
Vídeo
Câmeras de segurança, que ainda não foram divulgadas pela delegacia, estão sendo analisadas. Segundo os investigadores, as imagens reforçam a participação das duas mulheres.
De acordo com a polícia, a gravação do vídeo mostra o carro de Ana Flávia, um Fiat, sair do condomínio dos pais atrás do automóvel da família, o Compass, depois da meia-noite de terça. Outra imagem registrou a entrada de Carina no condomínio antes do crime.
As vítimas devem ser enterradas na tarde desta quinta no Cemitério Carminha, em São Bernardo. Nesta manhã a fachada do condomínio onde a família morava foi pichado em protesto pelas mortes.
Com informações do G1
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