Presidente afirmou que Moro permitiria demissão em novembro, após nomeação para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (24) que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro condicionou a demissão do ex-diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, à nomeação para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
Segundo Bolsonaro, Moro teria dito, mais de uma vez, que Valeixo poderia ser exonerado em novembro, após a nomeação para o STF. “Me desculpe, mas não é por aí”, teria afirmado o presidente ao então ministro.
Em seu pronunciamento de despedida, ma manhã desta sexta-feira, Moro reiterou que não queria o cargo e acusou o presidente de tentar interferir na atuação da Polícia Federal.
Bolsonaro, por sua vez, respondeu no pronunciamento que sua atitude não configura interferência e acusou Moro de querer impor sua vontade na composição dos cargos-chave da Polícia Federal. “Se eu posso trocar um ministro, por que não posso, de acordo com a lei de 2014, trocar o diretor da PF? Não tenho que pedir autorização para trocar ninguém que esteja na pirâmide hierárquica do Executivo”, disse.
Confira o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro:
Entenda
O estopim para a crise na relação entre Bolsonaro e Moro foi a exoneração de Maurício Valeixo. O ex-ministro afirmou em pronunciamento nesta sexta-feira que ficou sabendo da exoneração por meio do “Diário Oficial da União”, em que foi publicada a ordem. A assinatura eletrônica de Moro, no entanto, estava no documento.
Moro anunciou sua saída do Ministério da Justiça no fim da manhã de sexta e apontou uma série de atitudes do presidente que divergiam do que ele se propôs a fazer no cargo. Entre elas, o ex-ministro citou tentativas de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.
Segundo ele, o presidente queria uma autoridade dentro da PF com quem pudesse ter interlocução direta e acesso a informações sobre investigações. “Percebendo que essa interferência política pode levar a relações impróprias entre o comando da PF e o presidente, eu não posso concordar”, afirmou.
Com informações do jornal O tempo
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