Beijoqueiros de plantão, cuidado! Conheçam a doença do beijo

Ensaios, lavagens, festas de largo. A folia em Salvador não para. Até chegar o Carnaval, a maior festa de todas, tem muita opção para quem quer curtir. Mas, vale um aviso: a folia popular favorece a circulação silenciosa de vírus responsáveis por doenças que usam a boca como uma porta de entrada. Por isso, o cuidado com o beijo é essencial. Higiene e bom senso tornam-se fundamentais para curtir as festas sem ter problemas mais tarde. “Os beijoqueiros devem ser cautelosos. Caso possuam feridas ou qualquer tipo de sangramento na boca é melhor não beijar ninguém ou, pelo menos, evitar beijar muitas pessoas”, alerta Celso Granato, infectologista do Fleury Medicina e Saúde.

A infecção mais comumente contraída por esse contato é a mononucleose, também conhecida como “doença do beijo”. “Mais de 90% da população adulta possui anticorpos contra o agente que provoca essa infecção. Isso significa que em algum momento da vida o indivíduo entrou em contato com esse vírus, mesmo que não tenha desenvolvido nenhum quadro clínico característico”, afirma Granato.

Confira as dúvidas mais frequentes sobre a doença:

A que se refere o nome popular “doença do beijo”?

Esse é o nome popular antigo da mononucleose infecciosa. É uma doença causada por um vírus que tem uma característica curiosa: depois que a pessoa teve essa infecção, nunca mais se livra completamente do vírus. Ele fica “morando” na garganta ou nas amígdalas do indivíduo que, periodicamente, o elimina na saliva. E caso você entre em contato com uma pessoa que o está eliminando, ainda que não esteja doente naquele momento, poderá adquirir a infecção se ainda não a teve. Até mesmo uma criança pequena pode pegar a doença se entrar em contato com uma gotícula da saliva do adulto ou outra criança que esteja em fase de transmissão do vírus.

Quais são seus principais sintomas?

Adolescentes e adultos jovens, na faixa de 15 a 25 anos, costumam apresentar sintomas como febre, dor de garganta e aumento de linfonodos – popularmente conhecidos como gânglios ou ínguas – na região do pescoço. Podem aparecer também manchas vermelhas pelo corpo, além de aumento do fígado e do baço. Esses sintomas podem durar de duas a três semanas. É uma doença prolongada. Nos mais jovens, as manifestações são mais leves, enquanto nos mais velhos costumam ser mais intensas.

Como é o tratamento?

Não existe um remédio específico para mononucleose. Portanto, são tratados apenas os sintomas. É indicado o repouso, porque o indivíduo sente fadiga e indisposição. O repouso é fundamental nos casos em que ocorre grande aumento do baço porque, em situações extremas, como, por exemplo, de uma batida, ele pode se romper. São casos raros, mas quando acontecem são muito graves, o que justifica a precaução.

Há outras doenças relacionadas ao contato íntimo, beijo ou compartilhamento de utensílios contaminados?

Sim. Outra infecção relacionada a tais fatores é o herpes, causado por um vírus da mesma família do agente da mononucleose. Essa condição chega a atingir até 90% de crianças de países em desenvolvimento. Assim como o vírus da mononucleose, o vírus herpes simples Tipo 1 também persiste por toda a vida das pessoas que já tiveram a infecção e, além disso, a cada cinco dessas pessoas, uma vai apresentar lesões de herpes de forma recorrente. Embora a infecção não seja grave, são lesões dolorosas que podem voltar a se manifestar inúmeras vezes e que podem acometer outras regiões do corpo.

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