“Bati em um obrigado”, diz participante de chacina dos motoristas de aplicativo

O último suspeito de participar da chacina dos motoristas de aplicativos foi apresentado pela polícia na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa manhã desta sexta-feira (27/12). Benjamin Franco da Silva, 25 anos, popularmente conhecido como “Amanda”, foi localizado na casa de familiares durante a noite da última quinta (26/12) no Alto do Tanque, no bairro de Periperi. Ele já havia sido preso outras quatro vezes.

O crime aconteceu na sexta-feira (13/12) na comunidade Paz e Vida, no Jardim Santo Inácio, em Salvador. A chacina vitimou quatro motoristas identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, de 27 anos, Daniel Santos da Silva, 30, Sávio da Silva Dias, 23, e Genivaldo Félix, 48.

Benjamin assumiu o crime e alegou que foi obrigado a participar “Eu bati em um porque fui obrigado. Pra não apanhar eu tive que bater. Quando começou a matar eu não tava nem lá”, declarou o suspeito.

De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos, Odair Carneiro, o objetivo do quinteto responsável pelo crime era roubar os automóveis, celulares e dinheiro. “Inicialmente eles roubaram um celular na Estação Pirajá e chamou a primeira vítima. No local eles utilizaram os celulares das vítimas para atrair outras. Durante o desdobramento desse assalto eles resolveram matar as vítimas porque dois dos motoristas teria reagido”, disse.

O suspeito alegou que outras quatro pessoas participaram das mortes. Dois deles, Antônio Carlos Santos Carvalho e Marcos Moura de Jesus morreram em confronto com equipes da 81ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Itinga, na noite do crime.

Os outros, um adolescente de 17 anos, e Jéferson Palmeira Soares Santos, mais conhecido como “Jel”, foram encontrados mortos dias após a chacina. De acordo com o delegado “Jel liderou toda a ação criminosa”. “Ele estava presente executou a primeira vítima. Teve participação na execução das demais. Com essa prisão finalizamos o inquérito, dando a resposta que toda a Bahia esperava, desse crime bárbaro”, concluiu Odair.

CASO

Uma quinta vítima, Nivaldo Santos Vieira, conseguiu escapar dos criminosos e chamar a PM, por volta das 6h do dia 13 de dezembro. Em áudios divulgados nas redes sociais, ele detalhou os momentos de terror que passou com os criminosos em um barraco de madeira da comunidade.

“Disseram que matariam com requinte de crueldade, que iam derramar sangue. Cortaram o cara todo com facão e depois deram tiro. Foi feio. Muito feio”, lembrou. “Queria muito viver para contar essa história. Tenho muita fé em Deus. Fui ao IML [Instituto Médico Legal] e encontrei as famílias dos caras… é doloroso demais, não sei o que falar, não…”, narrou Nivaldo. Fonte: Aratu On*

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