Bahia registra 7.458 pessoas internadas com lúpus

Na Bahia, 7.458 pessoas foram internadas, entre 2014 e 2016, afetadas pelo Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), doença autoimune, que afeta principalmente pele, articulações, rins e coração, e houve 191 óbitos em decorrência do agravamento da doença. Os dados são da segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

O Lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo. Ainda não se sabe exatamente o que causa esse comportamento anormal, porém, naquelas pessoas que têm predisposição genética à doença, ela pode ser desencadeada por fatores hormonais e ambientais, como a luz solar.

A doença é mais comum em mulheres entre 15 e 40 anos, apesar de poder surgir em todas as idades, sobretudo em pessoas de ascendência africana.

Sintomas

A reumatologista da clínica SER da Bahia e Ibis, Ana Luisa Pedreira ressalta que o Lúpus é uma doença crônica que tem um impacto profundo na vida dos pacientes, podendo levar até 6 anos para confirmação do diagnóstico.

Os sintomas variam de acordo com as partes do corpo atingidas e evolução da doença, porém os mais comuns são: vermelhidão no rosto em forma de “borboleta” (sobre as bochechas e a ponta do nariz), lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol, dor nas articulações, rigidez muscular e inchaços, sensibilidade à luz do sol, fadiga crônica, dificuldade para respirar, queda de cabelo, desconforto geral, ansiedade, mal-estar, entre outros. Cerca de um terço dos pacientes lúpicos desenvolvem problemas renais, indo desde alterações urinárias mínimas até insuficiência renal.

“No início foi bastante traumático, pois parei meus estudos e minha mãe quem cuidava de mim perdeu a visão total por conta do Glaucoma. Foi necessário uma irmã deixar o colégio para auxiliar nesse momento. Algo que sou grata, mas que me doeu muito mais”, desabafa Lúcia D’Ajuda Andrade Reis, aposentada por invalidez por causa da doença.

á de acordo com a cardiologista da Clínica Clivale Mariza Xavier, entre 30% a 50% dos pacientes com Lúpus desenvolvem doenças cardíacas, especialmente derrame pericárdico (acúmulo anormal de líquido na membrana que envolve o coração) e pleural (também chamado de água na pleura), e podem estar associados à insuficiência cardíaca.

Os pacientes devem ficar atentos aos sintomas cardíacos como tontura, cansaço fácil, dificuldade para respirar, falta de ar, inchaço, fadiga, dor no peito que piora ao inspirar profundamente, palpitações ou coração acelerado, aperto no peito, náuseas e falta de apetite. Além do comprometimento cardíaco, cerca de um terço dos pacientes lúpicos desenvolvem problemas renais, indo desde alterações urinárias mínimas até insuficiência renal, afirma a reumatologista Ana Luisa Pedreira.

“Também tive complicação renal, pulmonar e as úlceras varicosas são reincidentes nas minhas pernas e pés. E ainda tem a sociedade e, em alguns casos, a própria família que, por desinformação, causa-nos constrangimentos, fazendo a gente sentir necessidade de isolamento e desencadear a baixa autoestima e depressão”, fala Lucia D’Ajuda, que desde 2001 tem o diagnóstico de Lúpus, mas que desde 1979 vem apresentando sintomas. “Devo dizer que hoje sei lidar com tudo isso, graças a Deus!”, completa.

Fonte – A Tarde

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