Bahia bate recorde de desemprego no país, diz IBGE; Salvador também tem números negativos

A taxa de desemprego no primeiro trimestre aumentou em 12 estados e se manteve estável nos demais, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (15/5) pelo IBGE.

As maiores taxas foram observadas na Bahia (18,7%), Amapá (17,2%), Alagoas e Roraima (16,5%), respectivamente. Na Bahia, o total de pessoas ocupadas caiu e os desocupados (que procuram trabalho) atingiu o recorde de 1,3 milhão de pessoas.

No 1º trimestre, o número de pessoas trabalhando na Bahia ficou em 5,7 milhões, o que representou menos 109 mil pessoas em relação trimestre anterior. A Região Metropolitana também apresentou aumento na taxa de desocupação, com 18,9% de pessoas desempregadas e procurando por emprego. Com isso, a RMS voltou a ser a região metropolitana com maior taxa de desocupação no país, após encerrar 2019 na 2ª posição.

Na pesquisa, ficou comprovado também que Salvador é a segunda capital do país com maior número de pessoas desocupadas (que não trabalham e procuram trabalho), perdendo apenas para Manaus.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), a capital baiana teve taxa de desocupação de 17,5% nos três primeiros meses de 2020. O número está cima dos 15,2% verificados no 4º trimestre de 2019 e da taxa do 1º trimestre do ano passado (15,8%). Com este resultado, a cidade subiu no ranking de desocupação entre as capitais, da 3ª posição no ano de 2019 para a 2ª posição nos primeiros três meses de 2020.

JOVENS

Entre os jovens de 18 a 24 anos de idade, o desemprego passou de 23,8%, no último trimestre de 2019, para 27,1%. No Nordeste, o desemprego para essa faixa etária chegou a 34,1%. De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, é esperado haver no primeiro trimestre um aumento da desocupação, devido às dispensas dos trabalhadores temporários contratados no final do ano.

“A maior parte dos temporários dispensados no início do ano são jovens, o que faz com que a queda no nível de ocupação seja maior nesta faixa”, explica Adriana. Em relação ao tempo de procura por emprego, a pesquisa mostra que 45,5% dos desocupados estavam de um mês a um ano em busca de trabalho; 23,9%, há dois anos ou mais; 12,6%, de um ano a menos de dois anos; e 18%, há menos de um mês.

No país, 3,1 milhões de pessoas procuram trabalho há 2 anos ou mais.

COLETA POR TELEFONE

Em função da pandemia do coronavírus, o IBGE interrompeu a coleta presencial de todas as pesquisas a partir de 17 de março. Desde então, foi instituído um plano de contingência para manter a realização da coleta das informações das pesquisas por telefone. O número do telefone de contato para alguns domicílios visitados anteriormente pelo IBGE já constava na base de dados da PNAD Contínua.

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