Aluguel de casa para São João no interior chega a R$ 20 mil

A procura por imóveis para alugar no interior baiano aumenta à medida que se aproxima o São João. A locação, realizada por meio de plataformas de aluguel ou pelas vias informais, chegam a injetar R$ 2 milhões nos municípios, de acordo com os gestores municipais. Os alugueis residenciais variam de R$ 1 mil a R$ 20 mil, durante os dias do evento, e a sinalização de baixa disponibilidade já é uma constante. A hospedagem em pousadas ou hotéis também está concorrida e a expectativa é de 100% de ocupação da capacidade hoteleira nos municípios com tradição junina, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (Abih-BA).

O fisioterapeuta e professor de Pilates, Thiago Corrêa, está entre os que optaram por alugar um imóvel para curtir a festa junina. “Como vamos em um grupo de 11 amigos, decidimos alugar uma casa em Mucugê por um valor que, rateado, ficou R$ 710 para cada um, por cinco dias. Em outras cidades, as pousadas estavam cobrando R$ 1.800 por casal, pela mesma temporada. Então, o aluguel ficou mais em conta, sem falar que não iríamos encontrar quartos suficientes para todo o grupo em uma pousada. Vamos aproveitar a oportunidade para conhecer as belezas de Mucugê e curtir a festa local”. O retorno do São João é comemorado: “Depois de dois anos de uma pandemia que assolou o mundo todo, é animador ver que as coisas estão voltando aos poucos à normalidade e maravilhoso poder reunir amigos em uma época de festa, integração e muito forró”.

Em Cachoeira, são esperadas cerca de 50 mil pessoas, o que deverá gerar uma receita de, aproximadamente, R$ 1 milhão, de acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Cachoeira, Carlos Eduardo de Morais. “O São João é a maior festa do Nordeste do Brasil e move toda a cadeia econômica dos municípios envolvidos, contemplando, inclusive, comerciantes de feiras, barracas, bares e restaurantes que vêm de fora e aumentam a ocupação da cidade”, destaca o gestor, chamando a atenção para os fabricantes do Licor de Cachoeira, que é conhecido em todo o país. Já estamos recebendo muita gente na cidade e o São João é o ápice dessa movimentação econômica”, destaca o gestor.

A ocupação hoteleira no município aproxima a 70%, sendo que em alguns estabelecimentos já chega a 100%. “A prefeitura está cadastrando os imóveis para alugar e os divulgando no seu hotsite. Nossa expectativa é, entre casas, quartos e sítios, teremos de 200 a 250 para locação, por esta via, fora as que são negociadas na informalidade”, informa o secretário. O cadastro pode ser feito na Secretaria de Cultura e Turismo de Cachoeira.

Renda extra

O São João de Amargosa também é um momento de incremento da economia local com a injeção de recursos importantes, como o aluguel de casas. “O município criou esta tradição no final da década de 1990, se tornando uma estratégia para receber milhares de pessoas que chegam no período, já que a rede hoteleira não comporta a demanda. São centenas de famílias que deixam suas residências para ganhar uma renda extra, que ajudará durante todo o ano”, afirma o prefeito Júlio Pinheiro.

Outro município com tradição de São João, Senhor do Bonfim tem a expectativa de receber cerca de 40 mil turistas, segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ana Claudia Matos. “O período do São João movimenta todos os setores da economia dos municípios. Com o aumento de quase 50% de pessoas durante os festejos, a roda da economia gira e, consequentemente, há uma geração de emprego imediato. E quanto mais as empresas faturam, mais geram impostos. A rede hoteleira deverá chegar a 100% de ocupação e todas as casas disponíveis para aluguel já estão sendo locadas. Acredito que vamos realizar um dos maiores São João de todos os tempos, o que significa fomento para o desenvolvimento cultural e econômico”, avalia.

No Oeste baiano, o município de Luís Eduardo Magalhaes está, neste momento, com 100% de sua ocupação hoteleira para o período de 31 de maio a 4 de junho, quando acontece a Bahia Farm Show, e para o São João, que vai acontecer antecipadamente de 16 a 18 de junho, não deverá ser diferente, na opinião do prefeito Júnior Marabá. “Estamos com mais de 40% já reservado para o período junino e, de acordo com o setor hoteleiro, desde que começamos a divulgar nossas atrações estes números começaram a crescer. A única opção de hospedagem na cidade, neste momento, é o aluguel de casas, como deverá ser no São João, quando o nosso parque hoteleiro deverá ficar totalmente ocupado”.

Um dos municípios da Chapada Diamantina com maior tradição de São João, Lençóis tem mais de cinco mil leitos identificados pela Secretaria de Turismo. Além disso, muitas casas são alugadas para a temporada, de maneira informal. A prefeita Vanessa Senna explica que pelo fato de a cidade ter uma atividade econômica quase que exclusivamente voltada ao Turismo, a não realização das festas juninas, por dois anos, afetou direta e indiretamente a população. “No período junino, os hotéis e restaurantes e outros estabelecimentos ficam cheios, gerando mais contratações de mão de obra; maior poder de compra; mais oportunidade de trabalho para guias e condutores e outros diversos serviços informais que ganham com o fluxo de turistas”, observa a gestora municipal.

A diretora de Turismo de Lençóis, Aracely Dourado, completa que este é o momento em que toda a população se envolve e participa do São João. “E este ano terá um gostinho diferente, vamos matar a saudade com chave de ouro. Iremos honrar as tradições, com muito forró pé de serra, com atrações de renome e artistas locais, quadrilhas de bairros e das escolas e muitas brincadeiras e atividades, como as oficinas do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), como as de confecção de estandartes, bandeiras e outros adereços para a decoração das ruas e centro histórico de Lençóis, envolvendo, assim, toda comunidade”.

Fonte: A Tarde

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