ALERTA: Dores nas pernas e na coluna podem ser sinais de hérnia de disco
Tudo começou com reclamações de dores frequentes na coluna e nas pernas. Dores aparentemente comuns, daquelas que todo mundo, vez ou outra, sente. A pedagoga Elizia Graziele Oliveira Everton tinha somente 26 anos de idade quando, por causa dessas dores, buscou ajuda médica. Depois de vários exames, o diagnóstico foi concluído: Elizia tinha hérnia de disco.
Apesar de ser um problema comum, muitos ainda desconhecem o que causa e como se pode tratar a hérnia na coluna. O ortopedista Fernando Arturo, do Hapvida Saúde, explica que a hérnia de disco, também chamada de hérnia discal, é um problema causado pelo desgaste do material contido no interior do disco intervertebral para a área externa. “Esse escape provoca a compressão da medula espinhal ou da raiz nervosa e resulta em um processo inflamatório na região afetada, o que causa muita dor”, esclarece o médico.
Hérnia em jovens
Esse desgaste do disco intervertebral é natural e ocorre à medida que o processo de envelhecimento do organismo avança. Mas o que tem chamado atenção é a quantidade de pessoas jovens, ou no auge da fase adulta, que precisam conviver com a hérnia de disco.
O diagnóstico da hérnia de disco foi recebido pela maranhense Elizia quando ela estava no início da vida adulta. “Conviver com a hérnia de disco não é fácil, especialmente no período de gravidez e de pós-parto, pois o corpo passa por uma série de transformações e nem sempre o uso de medicamentos é possível”, relata a pedagoga, que é mãe de duas crianças, Luiz Felipe, de 3 anos, e Alice, de 5 meses.
Hoje, aos 35 anos, Elizia ainda sofre com dores na coluna e na perna, que fica constantemente dormente. “O meu tratamento é especialmente por meio de fortalecimento muscular e também faço uso de alguns medicamentos que ajudam a hidratar o disco. É um tratamento de longo prazo em que você tem que adotar a atividade física como um estilo de vida, o que nem sempre é fácil de conseguir encaixar na rotina. É uma luta diária contra dor, especialmente agora que tenho uma bebê de 5 meses e fico bastante tempo com ela no colo”, desabafa Elizia.
Causas
Que o envelhecimento do corpo leva, naturalmente, ao desgaste do disco intervertebral grande parte das pessoas já sabe. Mas existem outros fatores que podem antecipar o surgimento da hérnia, como revela o ortopedista Fernando Arturo: “Movimentação repetitiva, sedentarismo, sobrecarga por excesso de peso e excesso de atividade física de alto impacto são algumas das causas mais comuns dessa hérnia precoce”, atesta.
Esses fatores fazem com que o disco desidrate, perca o material gelatinoso do interior e acabe tendo a altura diminuída. “A capa de fibra que envolve o disco fica mais rígida e menos resistente, apresentando pontos de fraqueza. Quando uma dessas regiões se torna incapaz de conter a pressão do disco, a parede se rompe e ocorre um escape do material, o que causa compressão do nervo vizinho e provoca dor, que pode irradiar para as pernas ou braços, dependendo do tipo de hérnia”, ressalta o especialista.
Tratamentos
Existem vários procedimentos minimamente invasivos conhecidos como “procedimentos intradiscais”. “Esses procedimentos são realizados pelo médico especialista em coluna. Ele introduz uma câmera guiada por Raio-X em tempo real. A ideia é avaliar precisamente o estado em que se encontra a hérnia de disco e recomendar o procedimento mais adequado para cada caso”, explica Fernando Arturo. Normalmente, para fazer essa análise, o especialista leva em conta o tipo de hérnia, a localização e as condições físicas do paciente.
Em tempo: a hérnia de disco afeta 2 milhões de pessoas todos os anos, segundo estimativa da OMS – Organização Mundial de Saúde. Porém apenas 5% dos casos têm indicação cirúrgica. “São casos graves, que não responderam bem aos tratamentos e, por isso, precisam de intervenção cirúrgica. Nesses casos, a cirurgia endoscópica é uma opção não invasiva, que apresenta ótimos resultados”, enfatiza o médico.
A atividade física também é uma excelente aliada, porque é capaz de reforçar a musculatura e a estrutura óssea dos pacientes. “Essa atividade precisa ser orientada e acompanhada por um profissional da Educação Física”. Somente ele pode direcionar as atividades sem comprometer ou causar mais prejuízos à saúde do paciente. Tudo deve ser feito em concordância com o médico responsável por casa caso”, alerta José Alípio, coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Estácio São Luís.
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