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Agente de aeroporto paga passagens de casal surdo e filhos ao perceber que caíram em golpe

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O agente de aeroporto da Azul, Raphael Cavaleiro, de 35 anos, foi um verdadeiro anjo para uma família do Mato Grosso do Sul. Após perceber que eles caíram em um golpe de passagens falsas, o funcionário resolveu comprar tickets com o próprio dinheiro, dando-os para os pais e seus três filhos.

Raphael foi calorosamente abraçado pela família, que naquele dia estava embarcando de mudança para Recife. A atitude dele, mesmo que tomada de maneira discreta, chamou a atenção até do presidente da empresa, John Rodgerson, que fez questão de ligar para Raphael, além de publicar a história em seu Instagram.

Agente recebeu ligações parabenizando-o pela atitude — Foto: Raphael Cavaleiro/Arquivo Pessoal

O golpe
Naquele dia, Raphael ficou um pouco a mais no aeroporto de Campo Grande para ajudar a realocar passageiros de um voo, que havia sido cancelado. A família estava, supostamente, entre estes passageiros.

Os pais, que são surdos, entregaram as passagens de todos para Raphael, que logo percebeu o golpe. Infelizmente, é comum casos em que pessoas vendem passagens falsificadas pela web, e esse foi um deles.

O rapaz conta que, mesmo assim, foi conferir no sistema e teve a certeza: nada de registro daqueles nomes. “Eles são leigos, mas eu bati o olho no papel e vi que tinha algo errado ali. Logo que informei a menina, ela repassou a informação e os pais ficaram bem agitados e logo a menina começou a chorar. Ela falou que eles não tinham como custear a passagem, principalmente, porque o pai está desempregado”.

Pedi licença, fui para a sala perto do meu armário e desabei a chorar. Pensei um pouco, me recompus e chamei o meu coordenador, dizendo que estava disposto a custear as passagens”.

Boa ação
Quando ele informou para a menina que custearia as passagens, ela ficou extremamente feliz e disse que o pai ainda tinha um dinheiro que sobrou – já que eles venderam tudo para realizar a mudança. “A menina ficou tão feliz. Ela disse: ‘tio, você vai viajar com a gente?’ E eu respondi: ‘Não, meu coração. O tio trabalha aqui interno’. E ela complementou: ‘Poxa, queria que fosse com a gente’”, falou.

Além de pagar as passagens com o próprio cartão de crédito, Raphael ainda fez questão de acompanhar a família até o portão de embarque. “Foi neste momento que a menina me disse que era a primeira vez que estava viajando. Mostrei o avião chegando para ela, lembro que nem piscava direito. Quando chegou, nós seguimos os protocolos de assepsia por conta da Covid e depois iniciamos o embarque. Mas, antes, eles me deram um abraço repentino, o casal por cima e a menina pela cintura. Senti toda a gratidão deles”, explicou.

Repercussão
A história do Raphael ganhou notoriedade na última sexta-feira (19), quando John Rodgerson o ligou e fez questão de publicar uma nota de agradecimento ao funcionário. Para Raphael, foi emocionante. “Ele estava agradecendo o que eu havia feito e também falei ontem com o CEO das linhas aéreas. Tinha feito tudo de forma bem discreta, falando baixo com eles para não gerar constrangimento, comentei somente com um amigo meu que ajudou a pegar a bagagem. Não imaginava toda essa repercussão”, afirmou.

Raphael é agente há 5 anos e diz que essa não foi a primeira vez que ajudou alguém, mas nunca divulgou, que sempre preferiu que “as histórias ficassem nos bastidores”, já que a intenção era somente solucionar os problemas.

“Já aconteceu com outras pessoas aqui, de comprarem em sites genéricos. Não é a primeira vez que eu ajudo. Teve um senhor que havia sido sequestrado, vítima do golpe do falso frete e tinha somente a passagem de avião da empresa dele. Levaram até a roupa. Ele tinha um sapato, porque o policial havia dado a ele e me mostrou o boletim de ocorrência. Percebi na hora do raio-x e ele confessou que estava 48 horas sem comer. Me emocionei da mesma forma e almoçamos juntos antes dele pegar o voo. São coisas que a gente guarda, jamais esquece”, finalizou.

Fonte: O Pantaneiro