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Pantera Negra mostra uma África nunca vista

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Filme estrelado por Chadwick Boseman é a primeira grande produção da Marvel com herói negro (Foto: Divulgação)

Não houvesse tanto ativismo em prol da visibilidade para questões da negritude no mundo atual, o Pantera Negra não teria um longa-metragem feito de forma tão contundente. Não seria estrelado por um elenco negro quase em maioria e dirigido por Ryan Coogler, 31, também negro, cuja postura ativista pode ser vista em sua pequena, mas relevante filmografia, a exemplo de Fruitvale Station: A Última Parada (2014).

Para a saga do rei T’Challa, personagem criado na década de 60 por Stan Lee e Jack Kirby e que nunca passou do segundo escalão nos quadrinhos, foram necessários 18 filmes lançados em dez anos de atividade da Marvel. Até chegar ao Pantera, o cenário foi cuidadosamente desenhado e validado pelo sucesso de filmes recentes de temática negra, como Corra!, Selma, Moonlight: Sob a Luz do Luar e Eu Não Sou Seu Negro. À produção se juntou também o poderoso rapper Kendrick Lamar, 30, que produziu a trilha.

Foi tudo tão estudado que o ator Chadwick Boseman (T’Challa/Pantera Negra) , 41, descendente de escravos da Carolina do Sul, fez questão de forjar um sotaque africano para marcar a distância de seu personagem da cultura eurocentrada. “Caso eu usasse um sotaque europeu, seria conveniente com a ideia supremacista branca. A ideia de um rei negro que vira um vigilante, dividido entre seu povo e o mundo, reposiciona todas as formas de representação do povo africano na indústria do entretenimento, ao colocá-la num lugar antes vetado a nós, negros”, diz o protagonista de Get on Up: A História de James Brown (2015).

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Mais do que uma reeducação étnica, Pantera Negra representou para ele um múltiplo processo de aprendizado cultural: “Estudamos danças africanas, lutas tribais com lança e escudo e capoeira. E a cada manifestação, vinha todo um histórico acerca do que cada atividade daquela representa para a cultura africana”.

A trama segue T’Challa, depois de Capitão América: Guerra Civil (2016), até Wakanda, país que representa uma África nunca vista, que mescla tradição e tecnologia de ponta. É o primeiro filme da Marvel antes do esperado Vingadores: Guerra Infinita, que será lançado em abril. *Por Correio 24 Horas